Santander Totta é o maior no crédito? BCP responde com spread da casa
O BCP reviu em baixa a margem mínima que cobra para conceder crédito à habitação, para 1,25%. Igualou o spread mínimo mais baixo no mercado, o praticado pelo Santander Totta.
O BCP acaba de dar mais um passo na guerra de spreads, fazendo frente ao concorrente Santander Totta. O banco liderado por Nuno Amado baixou a margem mínima que cobra na concessão de crédito à habitação, passando a igualar a disponibilizada pela instituição liderada por António Vieira Monteiro.
Quem pretender contratar um crédito à habitação através do BCP passa a contar com um spread mínimo de 1,25%, segundo o preçário do banco atualizado no início deste mês de julho. Trata-se do mesmo spread mínimo que está em vigor no Santander Totta, mas também no Bankinter. Estes três bancos são os que oferecem atualmente os spreads mínimos mais competitivos do mercado, tendo em conta um universo considerado de 11 instituições financeiras.
“O Millennium BCP pretende estar próximo dos clientes e presente nos momentos decisivos da sua vida, sendo o crédito à habitação um produto fundamental para concretizar este objetivo. Somos tradicionalmente muito fortes em qualidade de serviço neste produto. Juntamos também competitividade em preço”, afirma fonte oficial do banco ao ECO, para justificar a diminuição no spread neste mês.
Esta revisão em baixa do spread acontece, no entanto, numa altura em que o BCP e o Santander Totta rivalizam pela liderança em termos de quota de mercado, em Portugal, entre os bancos privados. Esta luta “taco a taco” surgiu depois de o Santander Totta ter ficado com os ativos do Banco Popular em Portugal no seguimento da resolução do banco espanhol no início de junho. Com a incorporação dos ativos lusos do Banco Popular, o Santander Totta chamou para si a liderança em Portugal, em termos de quota no mercado de crédito, superando o BCP. Com esta operação, o Totta passou a deter perto de 39 mil milhões de euros em créditos, um valor que corresponde a uma quota de mercado de 17,5%, segundo explicou na ocasião o próprio Santander.
"O Millennium BCP pretende estar próximo dos clientes e presente nos momentos decisivos da sua vida, sendo o crédito à habitação um produto fundamental para concretizar este objetivo. Somos tradicionalmente muito fortes em qualidade de serviço neste produto. Juntamos também competitividade em preço.”
Ao rever em baixa o seu spread mínimo no crédito à habitação até à margem oferecida pelo Santander Totta, o BCP denota querer enfrentar o “mais musculado” banco espanhol. Mas este não será seguramente o único fator a justificar uma redução da margem mínima cobrada pelo BCP neste segmento de crédito. Os últimos tempos têm sido marcados por consecutivas descidas de spreads na concessão de empréstimos para a compra de casa.
O exemplo mais recente foi o Banco CTT que, em meados de junho, decidiu reduzir para 1,30% o spread mínimo possível de negociar no banco, o que compara com os 1,75% com que se estreou no segmento da concessão de crédito à habitação no final de janeiro. Aquando dessa revisão, a instituição liderada por Luís Pereira Coutinho justificou-a ao ECO como o resultado da “crescente concorrência”. “O mercado do crédito à habitação está hoje mais competitivo do que quando o Banco CTT apresentou a sua oferta em janeiro, em virtude de revisões de oferta entretanto realizadas pelos principais concorrentes. É neste contexto de crescente competitividade que o Banco CTT apresenta esta revisão da oferta”, justificou fonte oficial.
Esta luta por captar novos clientes no segmento do crédito à habitação acontece perante a necessidade que os bancos têm de libertar liquidez no mercado. Uma estratégia que tem resultado num forte crescimento na concessão de crédito às famílias e, em particular, no que respeita aos empréstimos para a compra de casa. Os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal indicam que nos primeiros quatro meses deste ano, os bancos que operam em Portugal concederam um total de 2.339 milhões de euros em novo crédito à habitação. Este valor representa um crescimento de 45% face ao total concedido no mesmo período do ano passado, e é também a fasquia mais elevada dos últimos sete anos, numa comparação homóloga.
A crescente concessão de crédito à habitação apesar de ser um apoio importante para os portugueses conseguirem adquirir casa própria, já foi alvo de uma chamada de atenção por parte do Banco de Portugal. Há cerca de um mês, a entidade liderada por Carlos Costa alertou para o risco de a concessão de crédito estar a ser feita com algum facilitismo, chamando a atenção para os efeitos negativos do elevado endividamento dos particulares, sobretudo num contexto em que os juros de referência venham a aumentar.
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