Smart Cities? Como é que uma cidade rebenta a escala
As cidades inteligentes já não são uma coisa do futuro e não se limitam às grandes capitais. Conheça as iniciativas que vêm melhorar a vida da população.
As cidades de hoje já se querem inteligentes. Transformam-se em laboratórios para as startups, sensores tiram-lhes a pulsação e os cidadãos têm tudo na mão através das plataformas online. A tecnologia vem dar vida ao dia-a-dia e permitir maior eficiência aos centros urbanos, e já não apenas às capitais.
O que se pede numa smart city? Menos poluição [aliada às energias renováveis], mais eficiência energética, melhor mobilidade, mais emprego e mais inclusão. Cascais é uma das cidades que tem vindo a responder a estes desafios com soluções típicas de uma cidade inteligente. Conheça as iniciativas que têm vindo a melhorar a vida na vila.
Todos os caminhos… vão dar à poupança
A recolha do lixo já não é a simples marcha lenta que nos é familiar. Agora, os circuitos das viaturas são acompanhados com rigor — para ter a certeza que não visitam residências que não necessitam deste serviço. Como se sabe? O nível de enchimento dos contentores é controlado por sensores e até está disponível online, para que também os munícipes possam dirigir-se ao contentor mais conveniente e não acumular lixo no chão. Só com estas medidas, a Câmara Municipal de Cascais já poupou 13% nos gastos diretos da recolha: uma poupança de 2,3 milhões entre 2012 e 2015. Foram percorridos 3,5 milhões de quilómetros e emitidas menos 1.000 toneladas de CO2.
Em Cascais, deixa-se o carro parado. E de graça
Tem tudo numa aplicação, a Mobicascais. E tudo, leia-se: informações sobre horários de transportes, disponibilidade de bicicletas e estacionamento para os veículos próprios. Até ao final de 2017, Cascais vai disponibilizar uma rede de 1.200 bicicletas, 70 km de ciclovias e dois mil postes de parqueamento e 1.280 lugares de estacionamento automóvel gratuito junto às estações de comboios e autocarros municipais.
Esta parceria entre o Centro de Engenharia e Investigação da Indústria Automóvel (CEIIA) e a Câmara de Cascais, ambos oradores na conferência Smart Cities & Smart Tourism organizada pelo ECO, permitiu uma redução de 25% no preço dos passes da CP e da Scoturbb, operadores de transportes públicos no concelho.
Big Smart Cities: quando as startups crescem com a cidade
O Big Smart Cities já vai na quinta edição, e lança a competição entre startups que queiram testar as suas soluções num ambiente real — transformando a cidade de Cascais no seu laboratório. As ideias, para além do início de um negócio, devem ter o poder de melhorar a vida dos cidadãos. Há cinco áreas que os participantes são convidados a explorar: Mobilidade, Participação e Inclusão, Turismo, Living e Ambiente. Para além de poderem testar as soluções, os vencedores poderão ganhar 20.000 euros, seis meses de incubação no Vodafone Power Lab e uma viagem para conhecer a inovação da Ericsson na Europa, sendo estas duas empresas parceiras da Câmara Municipal de Cascais.
Contadores da luz e da água? Agora são sensores
Os edifícios têm novo controle: o sistema Vodafone Smart Energy monitoriza a energia, temperatura, pressão, humidade, presença humana, abertura de portas, e a lista continua. O sistema Vodafone Smart Lights passa dos edifícios à iluminação pública. Os equipamentos podem ser controlados até remotamente e assim garantir a eficiência. A água é controlada “na fonte”. Sensores IoT registam os níveis da água em reservatórios, albufeiras, barragens.
Ser inteligente não é só inovar
São as várias frentes em que se pode (e deve) atuar para tornar uma cidade inteligente, sim. Mas a NOS, que tem sido parceiro do município de Oeiras, alerta: há que criar pontes entre os vários projetos independentes, caso contrário, tornar-se-á apenas “uma cidade muito, muito confusa”. Para a NOS, “um teste-piloto não é uma smart city“, que também não pode ser confundido com “soluções que não resolvem de facto os problemas da cidade apesar de acrescentarem inovação”.
Por outro lado, “cada câmara tem desafios específicos e diferentes ambições”, realça ainda a NOS. É importante adaptar às necessidades de cada município. Há cidades em que se justifica mais a redução de custos, com a otimização de recursos; outras, poderão requerer um aumento da receita através do turismo. Paulo Soeiro de Carvalho, diretor geral de economia e inovação na Câmara Municipal de Lisboa, acrescenta que uma questão central é: “Quais os benefícios que [o investimento] vai trazer à população?“.
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