BCE corta projeções de crescimento e inflação para 2025, economia expande 1,1% e inflação nos 2,1%

BCE prevê recuperação económica mais lenta e processo desinflacionista "bem encaminhado". Instituição revê em baixa de uma décima o crescimento de 2025 e em duas décimas a perspetiva de inflação.

O Banco Central Europeu (BCE) cortou as previsões de crescimento económico da Zona Euro e da taxa de inflação para 2024 e 2025. A instituição liderada por Christine Lagarde prevê agora que os países da moeda única cresçam 0,7% em 2024 e 1,1% em 2025 e que a taxa de inflação se situe em 2,4% e em 2,1%, respetivamente.

As previsões divulgadas esta quinta-feira, após a reunião do Conselho de Governadores, significam uma revisão em baixa do crescimento económico em uma décima em 2024 e em duas décimas em 2025 face às previsões de setembro. Para a inflação, o corte é de cinco décimas este ano e de duas décimas no próximo, respetivamente.

Os especialistas do Eurosistema esperam, assim, uma recuperação económica mais lenta enquanto o processo desinflacionista “está bem encaminhado”. O BCE assinala que, não obstante, a recuperação do crescimento no terceiro trimestre deste ano, os indicadores de inquéritos apontam para um abrandamento no trimestre atual.

A fotografia mais cinzenta sobre o desempenho da economia da Zona Euro estende-se também a 2026, ano para o qual prevê uma taxa de 1,4%, quando em setembro apontava para 1,5%. Para 2027 espera uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3%.

“A recuperação projetada assenta principalmente na subida dos rendimentos reais – que deverá permitir às famílias consumir mais – e no aumento do investimento das empresas. Com o tempo, o desvanecimento gradual dos efeitos da política monetária restritiva deverá apoiar a retoma da procura interna”, assinalam.

Paralelamente, o BCE prevê uma redução da inflação para 1,9% em 2026 (taxa idêntica às projeções de setembro) e um ligeiro aumento para 2,1% em 2027, ano em que passa a estar operacional o Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia alargado.

Relativamente à inflação descontando preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares projeta uma média de 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027.

“A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação estabilizará, numa base sustentada, em torno do objetivo de médio prazo de 2% do Conselho do BCE”, refere o comunicado do Conselho de Governadores.

A instituição dá nota que “a inflação interna desceu ligeiramente, mas permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar-se, com um desfasamento substancial, à anterior subida acentuada da inflação”.

Neste sentido, decidiu reduzir na reunião desta quinta-feira as três taxas de juro diretoras em 25 pontos base: as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 3,00%, 3,15% e 3,40%, com efeitos a partir de 18 de dezembro de 2024.

(Notícia atualizada às 13h58)

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