Obrigações para o retalho regressam em 2025. Governo quer emitir 1,5 mil milhões de euros em OTRV
As Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável estão de regresso. O Governo quer emitir 1,5 mil milhões de euros no próximo ano através destes títulos de dívida dirigidos para as famílias.
As Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) estão de regresso. O Governo planeia financiar-se em 1,5 mil milhões de euros através destes títulos de dívida dirigidos para as famílias no próximo ano e que estão ausentes da oferta de poupança do Estado desde 2018.
O regresso das OTRV — que consta do programa de financiamento da República para 2025 divulgado esta sexta-feira pelo IGCP — sete anos depois da última emissão surge num contexto de taxas de juro mais elevadas do que em 2018, e numa altura em que as outras duas soluções de poupança do Estado — os Certificados do Tesouro e de Aforro — estão a ter pouca adesão da parte dos pequenos aforradores.
Ao contrário dos Certificados, as OTRV são transacionadas no mercado, pelo que os investidores podem comprá-las em mercado secundário até à sua maturidade.
A última emissão de OTRV aconteceu em julho de 2018, no valor de mil milhões de euros, com os títulos a vencerem em julho do próximo ano. Oferecem uma taxa de juro base de 1% acrescida da Euribor a 6 meses, que recentemente estava nos 4% e ronda por estes dias os 2,6%.
Quanto aos Certificados, o Tesouro conta financiar-se em cerca de 2,5 mil milhões de euros em termos líquidos de resgates ao longo do próximo ano, na expectativa de que os Certificados de Aforro voltem a captar o interesse das famílias portuguesas à medida que os depósitos bancários vão afrouxando cada vez mais a sua remuneração.
Estado precisa de 18 mil milhões em 2025
De acordo com o plano anunciado esta sexta-feira pela agência que gere a dívida pública, as necessidades líquidas de financiamento do Estado vão atingir os 18 mil milhões de euros em 2025, aumentando em cerca de 10 mil milhões em relação às necessidades registadas este ano.
Necessidades às quais se acrescentem amortizações de dívida de 16 mil milhões de euros (sem contar com Bilhetes do Tesouro), em que se destaca uma Obrigação do Tesouro emitida a 20 de janeiro de 2015 com maturidade a 15 de outubro de 2025, que atualmente apresenta um saldo-vivo de 13,6 mil milhões de euros.
Para fazer face a estas necessidades, o IGCP planeia financiar-se em mais de 34 mil milhões de euros no próximo ano, o dobro do esforço realizado este ano (18 mil milhões). Praticamente 60% deste financiamento será obtido por via de Obrigações do Tesouro (20,5 mil milhões), prevendo-se a realização de três emissões sindicadas e oito leilões. Por outro lado, o Estado terá um financiamento líquido com Bilhetes do Tesouro na ordem dos 4,6 mil milhões.
Da União Europeia virão 1,2 mil milhões em fundos europeus e as famílias emprestarão quatro mil milhões com Certificados e OTRV.
(Notícia atualizada às 10h53)
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