Médicos ameaçam com greve ao trabalho extraordinário nos primeiros três meses de 2025
A FNAM ameaça prolongar a greve até ao final do primeiro semestre e a avançar para outras formas de luta, caso o Governo não atenda aos seus apelos.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou esta segunda-feira um aviso prévio de greve ao trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários, para os três primeiros meses do próximo ano.
“Não aceitamos a banalização da prestação do trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários que o Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins está a tentar impor e que condiciona o acesso dos utentes ao seu médico de família”, justifica a FNAM em comunicado. Esta greve abrange todos os médicos dos cuidados de saúde primários, mesmo que não tenham atingido o limite anual legal do trabalho suplementar de 150 horas.
“Retirar os médicos de família do trabalho normal nas suas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante a semana, tem como consequência reduzir as consultas de saúde materno-infantil, hipertensão arterial, diabetes e para episódios agudos”, acrescenta ainda a estrutura sindical.
A FNAM considera que a atribuição automática, a partir de janeiro, de médico a utentes sem médico de família “viola a legislação em vigor” e critica o facto de o Ministério da Saúde recorrer a “linhas telefónicas para desviar doentes dos Serviços de Urgência”. Uma “manobra” que “pretende impor a marcação direta de consultas para utentes não inscritos nas respetivas unidades, através da linha SNS 24”.
O sindicato considera estas medidas ilegais e alerta que vão prejudicar a realização de consultas programadas e de doença aguda, falhando aos utentes inscritos e em seguimento nas unidades. Além disso, critica o facto de terem sido ” decididas sem consultar os médicos ou estruturas representativas”.
Caso o Ministério persista na “violação dos procedimentos da contratação coletiva, e a negociar apenas para gerir sua imagem pública face à tragédia da sua governação”, a FNAM ameaça prolongar a greve até ao final do primeiro semestre e a avançar para outras formas de luta.
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