Em três anos, EUA serão os maiores exportadores de petróleo
Com os cortes da OPEP e o aumento da produção interna, os Estados Unidos da América estão a caminhar para a liderança nas exportações de petróleo. Poderá chegar ao topo em 2020.
Se atualmente são os países que fazem parte da Organização de Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP) que ocupam os lugares cimeiros na lista de exportadores de crude, este cenário poderá mudar nos próximos três anos. Previsões da PIRA Energy apontam para que o número de barris de petróleo exportados diariamente pelos EUA mais que quadruplique, ultrapassando assim os volumes exportados pelos 14 países da OPEP.
Uma análise da PIRA Energy, uma empresa de análise dos mercados energéticos, aponta para que, até 2020, os EUA atinjam o montante de 2,25 milhões de barris exportados por dia, sendo que em 2016 exportou 520 mil barris por dia. Para comparação, em 2016 o Kuwait exportou 2,1 milhões de barris por dia e a Nigéria 1,7 milhões.
"Os Estados Unidos vão se tornar um dos 10 países exportadores. Não são membros da OPEP e não vão controlar a produção numa tentativa de manterem os preços elevados. São notícias muito más para a OPEP.”
Na base deste fenómeno estarão dois motivos: o acordo da OPEP, que dita a diminuição da produção de petróleo para conseguir uma valorização da matéria-prima que tem negociado muito perto dos 40 dólares, e a expansão da produção norte-americana, que agora não encontra quaisquer obstáculos legais — atualmente já podem exportar petróleo. Com a produção interna a aumentar e os principais concorrentes a serem obrigados a retrair a produção, o caminho fica livre para os EUA assumirem a liderança do mercado petrolífero.
“Os Estados Unidos vão se tornar um dos 10 países exportadores”, reiterou Gary Ross, presidente da PIRA. “Não são membros da OPEP e não vão controlar a produção numa tentativa de manterem os preços elevados. São notícias muito más para a OPEP.”
Para exportar é preciso produzir
Em termos de produção, está também previsto que a quantidade de petróleo extraída diariamente aumente. Segundo o Departamento de Energia dos EUA, em 2017 serão extraídos 9,3 milhões de barris por dia, enquanto em 2018 serão 10 milhões de barris diários.
Os EUA estiveram impedidos de exportar crude durante 40 anos, depois de ter sido assinado em 1975 um decreto em resposta ao embargo da OPEP, que levou os preços a escalar e a economia norte-americana a ressentir-se. Em 2015, o presidente Barack Obama revogou esse decreto e, desde aí, milhares de barris têm saído dos portos norte-americanos para a Europa e a China.
O investimento no setor das energias fósseis tem sido um dos pontos marcantes da administração Trump, que quer que o país prospere nas importações de petróleo e de gás natural e que a indústria do carvão renasça. O objetivo é que os EUA sejam “dominantes e independentes” no que diz respeito à energia.
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