Salário mínimo português ultrapassado pelo da Lituânia. Está em 11.º na tabela da UE
Em 2024, Polónia ultrapassou salário mínimo português e agora foi a vez da Lituânia. Portugal conseguiu, contudo, superar o Chipre, o que impediu que caísse mais um lugar na tabela: mantém-se em 11.º.
O salário mínimo português voltou a aumentar este ano, mas não o suficiente para melhorar na comparação com os demais países europeus. Depois de ter sido ultrapassado pela Polónia em 2024 e ter saído, por isso, do top dez europeu, foi agora ultrapassado pela Lituânia, mostram os dados do Eurostat. Ainda assim, com o aumento aplicado este mês conseguiu superar o Chipre, mantendo-se, contas feitas, no 11.º lugar da tabela comunitária.
Por acordo entre o Governo, as confederações empresariais e a UGT, o salário mínimo português subiu, no arranque de 2025, dos 820 euros até aqui praticados para 870 euros. Em causa está um reforço de 50 euros, o correspondente a cerca de 6%.
Ainda assim — e apesar de os últimos dez anos terem sido de aumentos consecutivos –, a retribuição mínima garantida em Portugal continua a não conseguir melhorar na comparação com os demais países do bloco comunitária.
Aliás, no ano passado, depois do “maior aumento alguma vez ocorrido”, nas palavras de António Costa, o salário mínimo português foi ultrapassado pelo polaco e ficou fora do top dez europeu.
Já este ano, a Lituânia (com um salário mínimo de 1.038 euros em 12 pagamentos — ou cerca de 890 euros mensais, em 14 pagamentos para facilitar a comparação com o cenário luso) conseguiu superar Portugal.
Ainda assim, o salário mínimo luso conseguiu manter-se em 11º lugar, uma vez que o Chipre não fez qualquer reforço (manteve-se em cerca de 857 euros mensais, em 14 pagamentos) e, portanto, desceu nesta tabela.
De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat, entre os vários Estados-membros da União Europeia, o Luxemburgo regista, sem surpresa, o salário mínimo mais atrativo: 2.261 euros brutos mensais (14 pagamentos). Mantém em 2025, portanto, o “ouro”, como mostra o gráfico acima.
E também os demais lugares do pódio são ocupados por repentes: a Irlanda (1.955,6 euros mensais em 14 pagamentos) mantém a “prata” conseguida em 2024 e os Países Baixos (1.880 euros mensais em 14 pagamentos) o “bronze”.
A completar o top seis aparecem os países que no último ano já ocupavam essas posições: Alemanha, Bélgica e França.
Já do outro lado da tabela, a Bulgária mantém-se como o país europeu com o salário mínimo menos expressivo. Em causa está uma retribuição mínima garantida de cerca de 472 euros mensais brutos (em 14 pagamentos), que, ainda assim, aumentou mais de 15% face a 2024.
Os outros dois países a ocupar os três piores lugares são, indica o Eurostat, a Hungria (que piora um lugar face a 2024) e a Letónia (que também desce um lugar no ranking).
Quanto à variação média anual dos salários mínimos da União Europeia, o gabinete de estatísticas dá conta que, entre julho de 2014 e julho de 2024, foi a Roménia que registou o reforço mais acentuado (13,7%), seguindo-se a Lituânia (12,3%), a Bulgária, a Polónia e a República Checa (9,3%).
Já os aumentos médios anuais menos expressivos foram registados em França (2%), Malta (2,6%) e Luxemburgo (3%), o que não é de estranhar, tendo em conta que dois destes países são os que já têm os salários mínimos mais elevados do bloco comunitário.
Convém explicar que nem todos os países da União Europeia têm fixados salários mínimos nacionais, deixando a definição do limite mínimo das retribuições à negociação coletiva entre empregadores e sindicatos. De acordo com o Eurostat, cinco dos 27 Estados-membros estão nessa situação: Dinamarca, Itália, Áustria, Finlândia e Suécia.
Salário mínimo alemã é campeão no poder de compra
Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat permitem também perceber que salários mínimos têm maior poder de compra. Neste caso, Portugal ocupa o 13.º lugar da tabela, melhorando uma posição face a 2024.
Entre os vários países europeus, os salários mínimos acima de 1.250, em paridade de poder de compra, são, por ordem decrescente: o alemão (que se mantém na posição campeã), o luxemburguês, o holandês, o belga, o irlandês, o francês, o polaco, o espanhol, o esloveno, o romeno, o croata e o lituano.
Já o grupo de salários mínimos entre 1.000 e 1.250, em paridade de poder de compra, é composto por Portugal, Grécia, Chipre, Malta e Hungria.
No último grupo, aparecem então a Eslováquia, Chéquia, Bulgária, Letónia e Estónia, sendo que este último país é o que sai pior na fotografia europeia.
Atualizada às 11h07
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