Receitas da ANA superaram os 1.200 milhões em 2024. Vinci diz que proposta para Alcochete foi “bem recebida”
Volume de negócios da concessionária cresceu 15,7% para um novo recorde de 1.267 milhões de euros. Vinci considera que proposta para novo aeroporto de Alcochete foi bem recebida pelo Governo.
O negócio da ANA – Aeroportos de Portugal vai de vento em popa, com as receitas a subirem para um recorde de 1.267 milhões de euros em 2024, indicam os resultados do grupo Vinci, proprietário da concessionária. Projeto para o novo aeroporto de Lisboa foi bem recebido pelo Governo português, afirma responsável do conglomerado francês.
O ano que passou ficou marcado por um novo aumento do tráfego nos aeroportos portugueses. O número ficou muito perto dos 70 milhões de passageiros – mais 4,3% do que em 2023 –, dos quais metade no Humberto Delgado, em Lisboa. Portugal é o país que registou o valor mais elevado de passageiros entre os 14 onde a Vinci Airports está presente.
Esta evolução ajudou a puxar pelas receitas da concessionária, que aumentaram perto de 16% para 1.267 milhões de euros. O negócio da ANA deu um salto significativo desde o período pré-pandemia, com o volume de negócios a crescer 41% desde 2019. Recuando mais atrás, desde que a Vinci adquiriu a concessionária, em 2013, as receitas quase triplicaram (+188%).
Os meios libertos de exploração (EBITDA — resultados antes de encargos com juros, impostos, depreciações e amortizações) da concessionária subiram 17% no ano passado, para 865 milhões de euros. Face a 2019, o resultado aumentou 48%.
Estes resultados têm implícita uma ligeira melhoria da rentabilidade, com a margem EBITDA a situar-se nos 68,2%, ligeiramente acima dos 67,5% do ano anterior e muita acima dos 38,3% verificados em 2013.
Os resultados da ANA ajudaram a impulsionar as contas da Vinci Airports, cujas receitas cresceram 14,7% no ano passado, para 4.526 milhões de euros.
Vinci diz que Governo recebeu bem proposta para novo aeroporto
O futuro aeroporto Luís de Camões não passou ao lado da conferência telefónica de resultados do grupo francês, realizada na passada sexta-feira.
“A proposta foi bem recebida pelo Governo e contêm o que é habitual neste tipo de projeto, como a extensão da duração do contrato, a evolução da regulação e a ordem de grandeza do investimento”, afirmou Nicolas Notebaert, CEO da Vinci Concessions, a empresa do grupo onde está inserida a Vinci Airports.
"A nossa proposta protege as modalidades de concretização deste tipo de projeto e o facto de ter sido bem recebido dá-nos confiança de que em três anos será possível chegar a um caminho comum quando tivermos as autorizações ambientais.”
“Estamos no início de um processo que levará três anos e que inclui o fecho da propostas e as autorizações ambientais. A boa notícia para a nossa concessão é o bom acolhimento do Governo a esta proposta“, reiterou o gestor.
“A nossa proposta protege as modalidades de concretização deste tipo de projeto e o facto de ter sido bem recebido dá-nos confiança de que em três anos será possível chegar a um caminho comum quando tivermos as autorizações ambientais”, acrescentou Nicolas Notebaert.
A ANA entregou a 17 de dezembro o Relatório Inicial do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, onde prevê que a obra esteja terminada em 2037 e tenha um custo de 8,5 mil milhões de euros.
O Governo mostrou concordância com vários pontos da proposta, como o layout proposto para a infraestrutura, a necessidade de encurtar prazos ou a ausência de contribuição direta do Orçamento do Estado. Manifestou, no entanto, reservas quanto ao valor total do investimento, a forma de financiamento que envolve um aumento significativo das taxas aeroportuárias a partir de 2026 ou a extensão da concessão por 30 anos.
Apesar das divergências, o Governo confirmou à ANA a intenção de que esta desenvolva o projeto do novo aeroporto de Lisboa. O acordo final só deverá ficar fechado dentro de três anos.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Receitas da ANA superaram os 1.200 milhões em 2024. Vinci diz que proposta para Alcochete foi “bem recebida”
{{ noCommentsLabel }}