Hugo Soares: fenómeno da CGD “não é muito diferente” do BES
O novo líder parlamentar do PSD vê semelhanças entre a CGD e o BES na maquilhagem das contas, na ocultação das imparidades e na concessão de crédito.
Hugo Soares aponta as semelhanças entre o caso do BES e do banco do Estado, realçando a necessidade de “apurar responsabilidades”. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), diz que o PSD “não coloca de parte” a hipótese de pedir uma terceira comissão de inquérito, mas uma alteração do regime de inquérito parlamentar também está em cima da mesa.
“Esconder as contas, maquilhar as contas, não é diferente do que aconteceu no BES. E portanto era preciso apurar responsabilidades“, afirma Hugo Soares. Confia no Ministério Público para o efeito, mas aponta o dedo à comissão de inquérito porque “fecha as portas aos tribunais”. “Isto serve para esconder o que verdadeiramente aconteceu na CGD”, insiste.
Esta quarta-feira o PSD chumbou o relatório final através de uma votação nominal, um “pseudo-relatório” de acordo com Luís Montenegro, uma vez que os deputados não tiveram acesso à documentação. “Não há memória [no Parlamento] de um tal branqueamento de uma investigação que devia ser feita”, repete Hugo Soares, ecoando a posição do partido.
Hugo Soares critica ainda o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, porque “Tem tido um conjunto de posições que são claramente partidárias. E creio que um presidente que deve ser de todos os deputados não as pode ter”. Hugo Soares refere-se à constituição de uma comissão técnica independente para “apurar a verdade dos factos” no combate aos incêndios, acusando o presidente de “desdenhar de forma absolutamente inacreditável” esta proposta.
Em relação às autárquicas, quando questionado acerca do próximo líder do partido — se Rui Rio ou Luís Montenegro — Hugo Soares não tem dúvidas: “Tudo farei para que Passos Coelho volte a ser primeiro-ministro. No PSD não há ninguém melhor preparado para liderar o partido” e “também não há no país” reforça ainda.
Quanto às próprias funções, assume como prioridade “continuar a fazer oposição a um Governo que merece ser combatido”. Acredita que o PSD não está pior, ao contrário do que defendeu Rui Rio. Que pelo contrário, tem “feito o seu combate político” e “apresentado o seu projeto alternativo”.
Nas autárquicas, reconhece que “em 2013 fomos copiosamente derrotados” e portanto, este ano “é difícil”. “Conto ganhar mais câmaras do que ganhei em 2013“, afirma, reformulando o conceito de vitória nas autárquicas olhando para os próprios resultados ao invés de comparar os seus números aos do PS. Quanto ao polémico candidato de Loures, André Ventura, Hugo Soares confessa não ter lido a entrevista que o pôs em foco, mas confirma que o PSD continuará a apoiar o candidato que considerou “o melhor para o concelho de Loures“.
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