Fosso salarial entre mulheres e homens agravou-se. “Empresas devem continuar a fazer esforço”
Em dez anos, diferença entre salário líquidos deles e delas "aumentou substancialmente", fixando-se agora nos 242 euros, aponta Randstad.
Apesar de a participação feminina no mercado de trabalho ter aumentado na última década e de haver maior sensibilização para a igualdade de género, nem tudo vai bem a esse nível. De acordo com uma nova análise da Randstad, o fosso entre o salário líquido deles e delas agravou-se em mais de 70% nos últimos dez anos, pelo que Isabel Roseiro, diretora de marketing dessa empresa de recursos humanos, apela a que as empresas continuam a “fazer um esforço” pelo caminho da igualdade.
“Em 2014, a média da diferença entre o rendimento médio mensal líquido de um homem e de uma mulher situava-se nos 141 euros, com o rendimento médio do homem a situar-se nos 892 euros e o da mulher nos 751 euros. Em dez anos, esta diferença aumentou substancialmente, fixando-se agora nos 242 euros: enquanto os homens recebem em média 1.311 euros por mês, as mulheres auferem apenas 1.069 euros”, explica a Randstad na análise divulgada esta segunda-feira, a poucos dias da data em que se assinala o Dia da Mulher.
De acordo com a empresa de recursos humanos, o maior crescimento do fosso salarial foi registado no setor da agricultura (mais de 700%), mas continua a ser o setor dos serviços aquele em que se verifica a maior diferença entre os rendimentos líquidos delas e deles (mais de 300 euros).
“As diferenças salariais continuam a aumentar, o que não só surpreende como nos deve deixar o alerta de que a igualdade de género no mercado de trabalho ainda não se alcançou e que as empresas devem continuar a fazer um esforço por este caminho“, sublinha Isabel Roseiro.
Por outro lado, no que diz respeito ao número de mulheres em cargos diretivos, Portugal registou uma melhoria de 25,2 pontos percentuais. “Em 2014, o país estava 10,3 pontos percentuais abaixo da média europeia na percentagem de mulheres em cargos de liderança, com 9,5%. Chegados a 2024, Portugal iguala já a média europeia, com 34,7% das mulheres em cargos diretivos”, destaca a Randstad.
Ainda assim, Portugal continua abaixo da média da União Europeia no Índice Global da Igualdade de Género. Cresceu de 53,7 pontos percentuais em 2013 para 68,6 em 2024. Continua, assim, 2,4 pontos percentuais abaixo dos 71 da média da União Europeia.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Fosso salarial entre mulheres e homens agravou-se. “Empresas devem continuar a fazer esforço”
{{ noCommentsLabel }}