Crise política gera “desconfiança” na economia portuguesa e vai “minar ambiente de negócios”, alertam patrões

A queda do Governo, na sequência do anunciado chumbo parlamentar à moção de confiança, lançará “incerteza, desconfiança e imprevisibilidade” sobre a economia portuguesa, refere o diretor-geral da CIP.

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal alerta que “o anunciado contexto político dos próximos meses”, com a previsível rejeição da moção de confiança que levará à queda do Governo e à realização de eleições antecipadas, “lançará certamente incerteza, desconfiança e imprevisibilidade” sobre a economia portuguesa.

Através do diretor-geral, Rafael Alves Rocha, a principal confederação empresarial do país sublinha que este cenário de convulsão política a nível interno junta-se às “disrupções que hoje grassam pelo mundo”, numa alusão à guerra comercial agravada pelas novas tarifas dos EUA e às recentes tomadas de posição da nova administração liderada por Donald Trump sobre o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia.

“Tudo o que concorre para minar o ambiente de negócios”, conclui o porta-voz da CIP num comentário divulgado esta quinta-feira pela organização liderada por Armindo Monteiro na análise ao Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ ISEG, que para o arranque deste ano fala em “perspetivas envoltas em incerteza após os resultados positivos do final do ano”, alicerçados na aceleração do consumo privado, mas com “sinais de abrandamento” nos indicadores de atividade setoriais.

Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP

O barómetro salienta o desempenho da economia portuguesa no quarto trimestre de 2024 que “surpreendeu pela positiva” — na semana passada foi revisto em alta ligeira pelo INE para 2,8%. Porém, adverte que “os indicadores disponíveis não permitem afastar um cenário de abrandamento face ao trimestre anterior”.

“Se os indicadores recolhidos junto dos consumidores permanecem favoráveis, nos indicadores de atividade setoriais os sinais de abrandamento predominam, na sequência da evolução observada em dezembro, que resultou da contração da produção industrial e da desaceleração no setor dos serviços, apesar do forte dinamismo registado no comércio a retalho”, resume.

Em fevereiro, o Índice de Confiança ISEG, relativo à evolução da atividade económica portuguesa no curto prazo, assumiu o valor de 47,2, uma subida de 0,4 p.p. do nível de confiança relativamente ao mês anterior. No entanto, lê-se no mesmo estudo, à semelhança do que já tinha acontecido em janeiro, aumentou a dispersão das votações dos membros do painel, composto por 16 professores desta escola de economia e gestão, pelo que “diminuiu o consenso dos mesmos sobre a evolução da economia portuguesa”.

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