Altice admite levantar dívida para aumentar liquidez através da fibra ótica

Numa chamada com analistas e investidores, porta-vozes do grupo referiram ainda estar "vigilantes" em relação à presença da Digi no mercado de telecomunicações em Portugal, desde novembro.

O grupo Altice confirmou esta terça-feira que tem nos planos recorrer ao levantamento de dívida no negócio de rede de fibra ótica para aumentar a liquidez, apesar da “boa performance” da FastFiber, onde a empresa detém uma participação maioritária de 50,01% e a posição remanescente é do Morgan Stanley.

É definitivamente uma opção levantar dívida ao nível da FastFiber para conseguir liquidez para a Altice International. É algo que fizemos noutros países com ativos de fibra [ótica], portanto podemos considerar algo semelhante em Portugal, mas também – além da FastFiber – outros ativos”, referiu um representante da relação com investidores, numa chamada com analistas, sem detalhar se os “outros ativos” são centros de dados.

Sobretudo em Portugal, mas também em Israel e na República Dominicana”, confirmou o porta-voz da Altice, quando questionado sobre o tema por um analista, esclarecendo que alguns desses ativos “são menos core para a estratégia”, portanto tem de “haver outras opções para monetizar esta infraestrutura nos próximos trimestres para angariar liquidez”.

O grupo liderado por Patrick Drahi mantém-se confiante na competitividade da Meo no mercado das telecomunicações em Portugal, apesar da entrada da Digi e da queda nas receitas da Altice Labs, que travou o crescimento da operadora em 2024. Numa chamada com analistas e investidores, a administração da empresa admitiu que está “vigilante” em relação ao novo player, mas convicta na diferenciação que traz ao país, tanto que decidiu aumentar os preços em janeiro.

Neste momento, vemos que existe alguma tração no lado móvel, mas é muito cedo para especular sobre qual poderá ser o impacto nas nossas tendências. Estamos muito confiantes no que fazemos, mas mantemo-nos muito vigilantes. No início do ano, aumentámos os preços em torno dos 3% e podemos ver assim o quão confiantes estamos na nossa marca e o quanto nos diferenciamos da Digi”, afirmou o mesmo representante.

Recordando que a operadora romena se lançou no mercado português em novembro de 2024, a Altice reconheceu que “o preçário deles é muito baixo no mercado”. “Procuramos mantermo-nos competitivos onde faz sentido. Nós operamos duas marcas em Portugal (a principal Meo e a Uzo)”, assinalou o responsável da telecom.

Em relação à Altice Labs, foi detalhado que as receitas caíram de 300 milhões em 2023 para 200 milhões em 2024, enquanto o EBITDA baixou dos anteriores 90 milhões de euros para os atuais 45 milhões de euros. “Vai continuar a cair em 2025, mas a queda será menor numa base relativa. Não se espera que seja dividido em dois em 2025”, explicou o representante da relação com investidores.

A Altice International, que agrega a operação em Portugal, viu as receitas estagnarem nos 4324 milhões de euros (-0,6%) em 2024. Decréscimo que foi acompanhado pelo EBITDA (-1,87%) de 1617 milhões de euros, portanto em linha com a orientação (guidance) revista.

No quarto trimestre do ano passado, as receitas da Altice Internacional fixaram-se nos 388 milhões de euros (-3,8%). Embora residual, Portugal foi o único mercado que registou um crescimento no contexto deste grupo, uma vez que a Altice em Israel e na República Dominicana tiveram quedas de 4,8% e 6%, respetivamente.

Notícia atualizada às 17h14 com novo título e mais informação

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