Startups nacionais captaram 82,6 milhões até março. Investimento caiu para metade
Com a guerra das tarifas a deixar as bolsas à beira de um ataque de nervos, que impacto esta turbulência está a ter no investimento no ecossistema e na capacidade dos fundos em levantar capital?
Nos primeiros três meses do ano as startups nacionais captaram 82,6 milhões de euros, uma descida de 38,8% face aos 135 milhões de euros registados no último trimestre do ano passado e um recuo de 49,9% em relação aos 165 milhões levantados há um ano junto dos investidores, segundo dados da Dealroom. Business as usual ou efeito da guerra comercial e da turbulência nos mercados financeiros? E que impacto o atual ambiente de incerteza poderá ter na capacidade os fundos em levantar capital?
“Com a incerteza económica provocada pela entrada em cena em janeiro da nova Administração norte-americana, é natural que haja uma maior prudência quanto a novos investimentos”, considera Stephan Morais, managing partner da Indico Capital, quando instado a comentar os dados de investimento no primeiro trimestre no ecossistema de empreendedorismo português.
“Estes números refletem um abrandamento da atividade de investimento, que não nos surpreende. Temos vindo a observar uma retração generalizada dos investidores, muito influenciada pelo contexto macroeconómico e mais recentemente, por fatores de instabilidade geopolítica”, aponta Vasco Pereira Coutinho. Mas o CEO da Lince Capital ressalva. “É importante não ler estes dados de forma isolada. O ecossistema tem ciclos naturais e, muitas vezes, estes momentos de correção são também oportunidades para consolidar projetos mais sólidos e eficientes. Continuamos a ver talento, inovação e propostas de valor interessantes no mercado — o capital poderá ter abrandado, mas não desapareceu.”
Temos vindo a observar uma retração generalizada dos investidores, muito influenciada pelo contexto macroeconómico e mais recentemente, por fatores de instabilidade geopolítica.
Depois de, no ano passado, o ecossistema de empreendedorismo ter levantado 463 milhões de euros, praticamente o dobro do captado em 2023, o arranque de 2025 tem sido marcado por uma guerra comercial, com impacto nos mercados. Um clima de incerteza marca a economia. “A queda é certamente significativa, mas não inesperada. O primeiro trimestre é, normalmente, mais lento em termos de atividade de negócios, e a incerteza macroeconómica mais ampla teve claramente um papel. O que é importante sublinhar é que esta é provavelmente uma descida temporária, e não uma inversão a longo prazo”, acredita Thijs Povel, CEO e fundador da Dealflow.eu e managing partner da Ventures.eu.
Não é o único investidor a desvalorizar a curva descendente no arranque do ano. “No que diz respeito ao venture capital em particular, a dimensão do mercado não aconselha a uma análise trimestral — um único deal de maior dimensão pode distorcer por completo a leitura dos números”, alerta Pedro Ribeiro Santos, partner da Armilar.
O mesmo diz Ricardo Jacinto. “O mercado de venture capital inclui empresas em estágio muito inicial e empresas que levantam rondas de dezenas de milhões, pelo que uma janela temporal curta tende a ter distorções dos outliers“, alerta o managing partner da Shilling. “Uma comparação mais realista seria excluir esses outliers e perceber como se está a comportar o mercado entre pré-seed e seed, o core do mercado português, e por períodos mais longos para evitar o impacto de rondas ainda não anunciadas ou o efeito de final do ano que pode acelerar algum deployment de fundos. Nesse sentido, não vemos com preocupação esses dados (que podem ser ainda precoces para retirar conclusões)”, sintetiza.
No que diz respeito ao venture capital em particular, a dimensão do mercado não aconselha a uma análise trimestral — um único deal de maior dimensão pode distorcer por completo a leitura dos números.
“A volatilidade e incerteza que têm marcado os últimos meses no mercado de capitais a nível global acarretam questões de liquidez a médio e longo prazo. Esta situação impacta toda a cadeia de valor de investimento, consequentemente afetando classes de ativos ilíquidas e de maior risco, como o capital de risco. Esta é uma tendência global que também se reflete em Portugal”, começa por admitir António Miguel, fundador e managing partner da Maze Impact.
Mas para o investidor, a razão da queda trimestral poderá ser outra. “Tanto no trimestre homólogo do ano anterior como no último trimestre de 2024, existiram rondas de investimento significativas (uma de 70 milhões de euros e outra de 100 milhões de euros) em cada trimestre, que impactaram o montante total mobilizado — são outliers”, ressalva o managing partner da Maze Impact, destacando os 100 milhões de euros levantados pela Powerdot em fevereiro do ano passado e a ronda de mais de 70 milhões da Tekever em novembro. “Se olharmos para o número de rondas de investimento, as diferenças existem, mas não são tão acentuadas”, conclui. Na ordem das 20 operações.
Investimento no ecossistema de empreendedorismo nacional
Fonte: Dealroom.com. Dados até 21 de abril de 2025
A maioria dos investidores afasta a ideia de que a guerra das tarifas, quase todos os dias com novos episódios, e a agitação nos mercados financeiros estejam a ter impacto nas suas decisões de investimento.
“A volatilidade faz parte do jogo de quem trabalha com capital de risco. Mais do que travar investimentos, estas mudanças globais criam novas oportunidades: cadeias de valor que mudam, novos mercados que se abrem, novas necessidades que surgem”, defende Luís Gutman. “Estamos atentos e queremos apoiar fundadores que queiram alavancar estas mudanças. A incerteza é terreno fértil para criar disrupção e novas soluções. A nossa forma de investir, com base em tecnologia, permite-nos ser rápidos e eficientes mesmo num contexto instável. E é isso que o mercado precisa: menos burocracia, mais ação”, diz o managing partner da OW Ventures, joint venture entre a M4 Ventures e a Olisipo Way que arrancou atividade este ano e, através do Terralis Fund, quer investir 20 milhões de euros em oito anos com foco na sustentabilidade e tecnologia.
Uma linha de pensamento partilhada por Thijs Povel. “A turbulência pode afetar o timing dos negócios e o apetite pelo risco entre coinvestidores, mas não alterou a nossa tese central. Na verdade, estes períodos muitas vezes representam melhores oportunidades de entrada para investidores de longo prazo”, considera o managing partner da Ventures.eu.
A turbulência pode afetar o timing dos negócios e o apetite pelo risco entre coinvestidores, mas não alterou a nossa tese central. Na verdade, estes períodos muitas vezes representam melhores oportunidades de entrada para investidores de longo prazo.
“Estes fatores têm impacto a nível macro e no sentimento geral do ecossistema. Contudo, o maior impacto reside sempre nas empresas em estágios mais avançados, mais próximas dos múltiplos praticados nos mercados públicos. Após a estabilização do mercado europeu, parece-nos que os estágios pré-seed e seed continuam bastante ativos e com recuperação nos termos de investimento”, considera Ricardo Jacinto. Situação que, assegura, não tem tido impacto na atividade da Shilling. “Continuamos ativos e a apoiar empresas que encaixem na tese do Fundo, com três novas empresas já investidas este ano”, adianta.
Mas não faltam alertas à navegação. “Na Bynd temos uma lógica de investimento a longo prazo, pelo que as flutuações económicas imediatas acabam por ter pouco peso nas nossas decisões de investimento. Como investimos num horizonte temporal de 8-10 anos, o que procuramos entender são os impactos que estas políticas poderão ter no longo prazo a nível de tendências macroeconómicas, estratégia geopolítica ou redistribuição do talento”, sublinha Lurdes Gramaxo.
Ainda assim, a partner da Bynd admite que o atual contexto pode ter impactos no ecossistema. “A perda de confiança e de previsibilidade vão afetar os mercados financeiros e é possível que haja um spillover que pode vir a ter consequências nesta classe de ativos, principalmente no que toca a operações de M&A, levando os investidores e as próprias startups a atrasar decisões”, reconhece.
É também essa a análise de Stephan Morais. “A instabilidade bolsista afeta sempre as decisões de investimento de private equity e de venture capital e o valor que os fundos estão dispostos a pagar pelas empresas. Perturba também o ambiente para a saída das empresas investidas, levando por vezes os fundos a adiar a sua venda”, afirma o managing partner da Indico.
A perda de confiança e de previsibilidade vão afetar os mercados financeiros e é possível que haja um spillover que pode vir a ter consequências nesta classe de ativos, principalmente no que toca a operações de M&A, levando os investidores e as próprias startups a atrasar decisões.
“O que se tem passado, não abranda, nem acelera, as decisões de investimento no imediato”, assegura Pedro Ribeiro Santos. “Dito isto, cada decisão de investimento leva em conta uma avaliação do risco, naturalmente influenciada pela perceção do que pode ser o futuro — e é ainda incerto dizer se o futuro será estruturalmente diferente a nível da globalização em que temos vivido. Portanto, essa incerteza (a estrutural, não a turbulência bolsista) passa naturalmente a incorporar-se na avaliação do risco dos investimentos em curso; passa a ser uma variável a ter em conta, com possíveis impactos, uns positivos, outros negativos, na avaliação da oportunidade de investimento”, admite o partner da Armilar.
António Miguel reconhece que, face ao atual cenário, determinados parâmetros são mais ponderados na hora de injetar capital numa startup. “A situação a que assistimos faz com que nas nossas decisões de investimento pesem mais questões relacionadas com a resiliência e defensibilidade das cadeias de valor e fornecimento, no sentido de garantir que as empresas que trabalham em áreas de hardware, inovação científica e indústria, estão preparadas para esta nova realidade”, diz.
“Estamos também cada vez mais a incorporar nas nossas decisões de investimento a capacidade das empresas atraírem outras fontes de capital, não dilutivo, que permita financiar o seu crescimento, investigação, e desenvolvimento de produto, em especial aquelas empresas que têm soluções mais intensivas do ponto de vista de consumo de capital”, acrescenta o managing partner da Maze Impact.
A situação a que assistimos faz com que nas nossas decisões de investimento pesem mais questões relacionadas com a resiliência e defensibilidade das cadeias de valor e fornecimento, no sentido de garantir que as empresas que trabalham em áreas de hardware, inovação científica e indústria, estão preparadas para esta nova realidade.
Turbulência complica a vida aos fundos na hora de levantar capital?
E até que ponto o atual momento económico, afeta a capacidade dos fundos de levantar capital junto dos investidores? Stephan Morais não tem grandes dúvidas. “É evidente que momentos de mercado com maior incerteza tornam mais difícil o levantamento de capital no mercado”, atira o managing partner da Indico.
E o mesmo admite Lurdes Gramaxo. “Naturalmente, a instabilidade económica leva à incerteza nos mercados e conduz alguns investidores a adiar decisões de investimento”, diz a partner da Bynd VC. “Do nosso lado, temos como aspeto positivo a performance alcançada em fundos anteriores, que passaram também por períodos económicos turbulentos como a pandemia global ou a Guerra na Ucrânia. Estamos próximos do target de dimensão do nosso fundo e a fechar os últimos tickets de investidores privados até final do ano”, acrescenta.
Pedro Ribeiro Santos fala de um “impacto direto”. E explica porquê. “A turbulência bolsista tem um impacto direto na liquidez (por exemplo, fechando a ‘janela’ para IPO, que se vinha reabrindo depois de um período em que as entradas em bolsa foram muito escassas), e isso afeta diretamente a disponibilidade dos investidores privados e institucionais para considerar novos compromissos com fundos de investimento”, justifica o partner da Armilar.
Dúvidas houvesse, o adiamento do IPO da Klarna é disso indicativo. Depois de, em novembro, ter iniciado o processo de entrada na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA para uma oferta pública inicial, em abril a fintech sueca suspendeu os planos quando a onda de choque do efeito das tarifas impostas por Trump começou a alastrar na economia mundial.
Mas não só. “Os exits sentirão primeiro a dor das tarifas e de forma mais acentuada”, aponta uma análise da Pitchbook, “Tariffs and European VC: IPO Window Threatened First”. “Esperamos repercussões também em outras áreas do ecossistema. O levantamento de capital europeu e os fluxos de investidores americanos podem ser afetados, à medida que os investidores americanos se retiram para os mercados domésticos“, aponta ainda, dando como exemplo desse movimento o fecho do escritório da capital de risco Andreessen Horowitz no Reino Unido no rescaldo da eleição de Donald Trump.
“Um foco mais doméstico poderá inibir investimento transfronteiriço bem como o levantamento de capital”, alerta ainda a análise da Pitchbook.
“Não temos sentido grande impacto, até ao momento”, assegura António Miguel da Maze Impact. “Existe interesse — talvez com um perfil de risco um pouco mais conservador — mas há apetite por oportunidades bem estruturadas, com equipas fortes e modelos de negócio resilientes”, diz Vasco Pereira Coutinho. “Estamos a preparar o lançamento de novos veículos que respondam precisamente a esta procura por segurança com retorno, com um enfoque em setores que demonstraram resistência ou até crescimento em períodos de incerteza”, revela.
Uma potencial recessão ou a potencial subida da taxa de juros podem levar os investidores a procurar ativos de menor risco. Em Portugal esse impacto não foi muito sentido, tanto pelo programa SIFIDE II como o lançamento do programa de Venture Capital por parte do Banco Português de Fomento, mas no longo prazo pode fazer sentido os programas de incentivo ao investimento em capital de risco terem uma componente contracíclica para mitigar volatilidade pronunciada no ecossistema.
“Mais do que levantar capital, estamos a reinventar a forma como se constroem fundos. A Angels Way é um exemplo: um fundo ágil, com acesso rápido e transparente, orientado por tecnologia”, diz Luís Gutman. O grupo de mais de 400 investidores — havia um ticket mínimo de 1.200 euros para entrar no fundo — já decidiu investimento em três startups que irão cada 50 mil euros. “Estamos a lançar outros veículos igualmente inovadores. Acreditamos que o futuro do venture capital passa por fundos mais eficientes, mais rápidos e mais alinhados com os empreendedores”, diz o cofundador da OW Ventures.
“Uma potencial recessão ou a potencial subida da taxa de juros podem levar os investidores a procurar ativos de menor risco. Em Portugal esse impacto não foi muito sentido, tanto pelo programa SIFIDE II como o lançamento do programa de Venture Capital por parte do Banco Português de Fomento, mas no longo prazo pode fazer sentido os programas de incentivo ao investimento em capital de risco terem uma componente contracíclica para mitigar volatilidade pronunciada no ecossistema”, recomenda Ricardo Jacinto, da Shilling.
Thijs Povel desvaloriza o impacto do atual momento na capacidade dos fundos em levantar capital. “Esta volatilidade nos mercados bolsistas é, na verdade, muito benéfica para os fundos de capital de risco, uma vez que a bolsa tem sido um dos principais concorrentes pelo capital de risco disponível. Além disso, os fundos de capital de risco beneficiam da turbulência e superam a média graças à queda nas avaliações e às oportunidades correspondentes”, explica o managing partner da Ventures.eu. Mais, argumenta, “os fundos de capital de risco têm ciclos de vida mais longos e os melhores vintages tendem a investir em períodos de turbulência e a sair em períodos de exuberância”.
Em fevereiro, a Dealflow.eu estava a levantar capital para o fundo Ventures.eu com uma meta global de 60 milhões. “No que diz respeito ao nosso fundo, a nossa capacidade de identificar oportunidades de elevada qualidade e com risco mitigado, provenientes do ecossistema apoiado pela UE, ressoa particularmente bem junto dos LP que procuram um elevado potencial de retorno em investimentos em fase inicial”, diz.
“Embora o primeiro fecho ainda não tenha sido alcançado, o fundo está a ser lançado e os primeiros investimentos já estão a ser realizados, caso a caso, pelos investidores comprometidos”, acrescenta. Thijs Povel não revela qual o montante ambicionado para o primeiro fecho, nem quanto foi já levantado, mas adianta que já têm “três startups em fase avançada de due diligence e esperamos concluir o nosso primeiro investimento nos próximos meses”.
Recuperação em 2024 irá manter-se?
Apesar de um arranque de trimestre aparentemente pouco auspicioso, os fundos mantêm um otimismo q.b quanto à manutenção da curva de recuperação do investimento no ecossistema ocorrida no ano passado. Nesse ano, o ecossistema captou quase 500 milhões de euros, bem acima dos 205 milhões de euros levantados pelas startups em 2003, embora longe do pico de 1,5 mil milhões atingido em 2021, ano em que o ecossistema viu várias startups nacionais voar para unicórnio, para valorizações de mil milhões de dólares.
“Mesmo que se verifique uma redução face a 2024, acreditamos no potencial intrínseco desta classe de ativos e dos empreendedores portugueses”, diz o managing partner da Shilling, Ricardo Jacinto.
Thijs Povel acredita que 2025 será um ano de continuidade na recuperação. “Especialmente em setores como a inteligência artificial, deep tech e inovação verde, onde a Europa se está a tornar cada vez mais competitiva. O apoio dos instrumentos da União Europeia, como o EIC e o Horizonte Europa, continua a impulsionar o dinamismo nas fases iniciais, mesmo quando os mercados globais estão mais hesitantes”, afirma. “Os nossos relatórios com a Dealroom mostram um pipeline sólido de empresas em fase de crescimento a emergir destes programas, com um claro compromisso por parte dos decisores políticos em desbloquear capital de risco adicional proveniente de fundos de pensões, seguradoras e novos programas de financiamento”, reforça.
Estamos otimistas. Com mais fundos founders-friendly , mais capital inteligente e mais ambição dos empreendedores, acreditamos que 2025 será um ano de consolidação e crescimento. Portugal pode tornar-se um ecossistema vibrante com capacidade real de gerar unicórnios. Mas para isso temos de arriscar, sair da zona de conforto e apoiar os melhores com tudo: capital, rede, conhecimento e confiança.
“O ecossistema português tem mostrado vitalidade, tanto na criação de startups inovadoras como na captação de capital por parte de fundos destinados a apoiar o seu crescimento. Neste contexto, antecipamos uma evolução positiva no número e volume de oportunidades de investimento até ao final do ano”, aponta Lurdes Gramaxo da Bynd VC.
“Estamos otimistas”, diz Luís Gutman. “Com mais fundos founders-friendly, mais capital inteligente e mais ambição dos empreendedores, acreditamos que 2025 será um ano de consolidação e crescimento. Portugal pode tornar-se um ecossistema vibrante com capacidade real de gerar unicórnios. Mas para isso temos de arriscar, sair da zona de conforto e apoiar os melhores com tudo: capital, rede, conhecimento e confiança”, refere o responsável da OW Ventures.
Vasco Pereira Coutinho acredita que a evolução positiva ocorrida no ano passado irá manter-se este ano, embora “talvez a um ritmo mais moderado do que inicialmente antecipado”. “Em 2025, veremos uma continuação dessa tendência, mas com um ‘filtro’ mais exigente por parte dos investidores. As empresas que conseguirem demonstrar métricas sólidas, tração comercial e uma visão clara de rentabilidade continuarão a captar capital. O mercado está mais maduro e isso, a médio prazo, é positivo para todos”, considera o CEO da Lince Capital.
É impossível dizer neste momento se [a atual turbulência] é um efeito passageiro ou se terá consequências a médio-longo prazo. Esperemos que seja passageiro.
“Prefiro não fazer previsões, mas à partida (e mais uma vez, cingindo-me ao setor do venture capital), continuando a haver capacidade de investimento e continuando a haver muitas novas oportunidades de investimento, pela simples lógica de oferta e procura, não vejo razão para que volte a retrair-se”, considera Pedro Ribeiro Santos, da Armilar. “Não tenho dúvidas de que as boas empresas sempre encontram financiamento.”
Stephan Morais, da Indico, não tem tantas certezas sobre se o atual momento terá, ou não, um impacto duradouro na evolução do investimento em 2025. “É impossível dizer neste momento se é um efeito passageiro ou se terá consequências a médio-longo prazo. Esperemos que seja passageiro.”
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