Confiança das empresas da Zona Euro cai a pique em abril
A queda na confiança foi generalizada, tanto em termos de setor quanto de cobertura geográfica. Atividade empresarial no setor de serviços diminuiu marginalmente, enquanto na indústria aumentou.
A confiança das empresas da Zona Euro caiu a pique em abril e atingiu o nível mais baixo desde novembro de 2022, perante o contexto de elevada incerteza provocado pela guerra comercial. O menor otimismo é generalizado aos diversos setores e países.
Os inquéritos preliminares do Índice de Gestores de Compras (PMI) composto pelo Hamburg Commercial Bank (HCOB) e compilado pela S&P Global, divulgados esta quarta-feira, indicam que o otimismo “ficou bem abaixo da média da série”.
“A queda na confiança foi generalizada, tanto em termos de setor quanto de cobertura geográfica. Cada uma das categorias de indústria e serviços registou menor otimismo, com a confiança nos serviços a ser a mais fraca em quase cinco anos”, indica o relatório.
França também registou uma perspetiva pessimista pela primeira vez em cinco meses, enquanto o otimismo diminuiu tanto na Alemanha quanto no restante da Zona do Euro.
Os dados indicam ainda que o PMI composto da Zona Euro situou-se em 50,1 em abril, caindo ligeiramente face aos 50,9 de março para o nível mais baixo em quatro meses, com tendências contrastantes entre os dois grandes setores. Neste indicador, as leituras acima de 50 indicam expansão, enquanto abaixo desse nível sinalizam contração.
“As empresas da Zona Euro aparentemente ainda estão a digerir todas as implicações do “Dia da Libertação” de Donald Trump e das últimas semanas de anúncios e reversões de tarifas. À primeira vista, parece que as tensões comerciais anularam completamente o retorno hesitante do otimismo na Zona Euro. À segunda vista, porém, o quadro que os PMIs divulgados hoje pinta é mais complexo“, considera Carsten Brzeski, economista do banco holandês ING, numa nota de research, destacando que ainda assim a queda do PMI compósito é menor do que o esperado.
Os dados dos PMIs setoriais indicam que a atividade empresarial no setor de serviços diminuiu marginalmente em abril, pondo fim a uma sequência de quatro meses de crescimento. Por outro lado, a produção industrial cresceu pelo segundo mês consecutivo, embora o ritmo de aumento tenha permanecido apenas modesto.
“A indústria de manufatura parece estar a manter-se melhor do que o esperado. Apesar de os EUA terem introduzido tarifas gerais de 10% e tarifas de automóveis de 25% no início de abril, a maioria dos fabricantes da Zona do Euro não está muito abalada. Em vez de cair, aumentaram a produção pelo segundo mês consecutivo, e de forma ainda mais robusta do que em março“, assinala Cyrus de la Rubia, economista chefe do Hamburg Commercial Bank.
Ainda assim, no geral as empresas estão relutantes em aumentar a produção, indicando estar a reduzir as compras. Enquanto isso, as pressões inflacionistas diminuíram.
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