Portugal é dos países europeus que menos atrai imigrantes altamente qualificados
Portugal é dos países da UE que menos atribui autorizações de residência para talento altamente qualificado, estudantes e investigadores. Já a Alemanha é a campeã europeia.
Portugal é um dos países europeus que menos está a conseguir atrair talento estrangeiro altamente qualificado. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat, em 2023, foram atribuídas na União Europeia (UE) 89 mil autorizações de residência e trabalho a estrangeiros qualificados, das quais apenas 26 em Portugal. Na vizinha Espanha, foram atribuídas 370 destas autorizações. E na Alemanha, mais de 69 mil.
“Em 2023, cerca de 89 mil trabalhadores altamente qualificados com origem extra-UE receberam um cartão azul da UE, uma autorização de trabalho e residência destinada às pessoas altamente qualificadas que venham de países fora do bloco comunitário”, informa o gabinete de estatísticas, numa nota publicada esta manhã.
Entre os vários Estados-membros, a Alemanha destaca-se, com 69 mil destas autorizações. Ou seja, 78% dos cartões azuis da UE concedidos em 2023 foram atribuídos pela Alemanha. Seguem-se a Polónia, com sete mil autorizações (8% do total comunitário), e França, com quatro mil autorizações (4% do total da União Europeia).
Já do outro lado da tabela, o Chipre ocupa o pior lugar, com zero cartões azuis da UE atribuídos a talento altamente qualificado. Na base do ranking, estão ainda a Hungria (17 autorizações) e a Eslováquia (24 autorizações).
Não muito longe desses países está Portugal, país onde foram atribuídas apenas 26 cartões azuis da UE em 2023, menos um do que no ano anterior.
Ainda recentemente, na Conferência Anual do Trabalho, César Araújo, presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e de Confeção (ANIVEC), apelou à regulação da imigração, deixando claro que o país precisa, sim, das mãos que vêm de fora, mas estas têm de ser qualificadas. “Não queremos quadros de baixa qualificação. Queremos quadros de alta qualificação, que nos venham ajudar na transformação. Temos de regular a imigração e trazer quadros de valor acrescentado”, salientou.
Por outro lado, quanto à origem do talento que está a chegar ao Velho Continente, o Eurostat dá conta que foi aos cidadãos da Índia que foram atribuídos mais cartões azuis da UE (21 mil ou 24% do total referido), seguindo-se os cidadãos da Rússia (nove mil ou 11% do total) e da Bielorrússia (cinco mil ou 6% do total).
Alemanha atrai 144 mil estudantes. Portugal menos de mil
Também no que diz respeito à atração de estudantes e investigadores extra-UE, Portugal não é dos países que sai melhor na fotografia. No total, em 2023, foram atribuídas 979 autorizações a cidadãos de fora do bloco comunitário para estudar e fazer investigação em Portugal, muito abaixo das quase dez mil que tinham sido atribuídas em 2022.
Em contraste, no conjunto da União Europeia, foram concedidas 451 mil destas autorizações em 2023, acima das cerca de 422 mil que tinham sido registadas em 2022.
Já entre os vários países, a Alemanha destaca-se, com 144 mil autorizações (32% do total europeu), seguindo-se França (117 mil ou 26% do total), e Espanha (55 mil e 12% do total).
“Os principais recetores foram os cidadãos da Índia (50 mil ou 11% do total da UE), da China (47 mil ou 10%), de Marrocos (22 mil ou 5%) e dos Estados Unidos (21 mil ou 5%).
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