Transferências imediatas disparam 46% mas utilização ainda é “diminuta”

Transferências imediatas começam a ganhar tração junto dos portugueses: dispararam 46% no ano passado. Apesar disso, ainda representam menos de 1% do total de operações de pagamento.

As transferências imediatas foram o instrumento de pagamento eletrónico que mais cresceu no ano passado em Portugal, com o número de operações a disparar mais de 46%, à boleia do impulso dado pela nova legislação europeia e iniciativas nacionais, mas a sua utilização ainda é “diminuta” em comparação com outros instrumentos de pagamento.

De acordo com o Banco de Portugal, foram realizadas 18,8 milhões de transferências imediatas em 2024, correspondendo a um crescimento de 46,4% em comparação com o ano anterior. Se olharmos para os valores transferidos, as transferências imediatas envolveram um montante de 28,3 mil milhões de euros, crescendo 47,2% em relação a 2023.

As transferências imediatas permitem o envio e receção de fundos entre contas numa questão de poucos segundos, ao contrário das transferências normais que podem demorar horas ou até mesmo dias a serem executadas.

Segundo o supervisor, a maior utilização das transferências imediatas por parte dos portugueses deveu-se “à crescente preferência por pagamentos rápidos, convenientes e seguros”, mas não só. Também resultou do “impulso dado pela regulamentação europeia (pelo Regulamento sobre transferências a crédito imediatas em euros) e pelas iniciativas nacionais (como o serviço de confirmação de beneficiário e o SPIN)”, explica no Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2024 que divulgou esta quinta-feira.

Ao abrigo das novas regras europeias, no início do ano, todos bancos foram obrigados a disponibilizar transferências imediatas e deixaram de poder cobrar mais por este tipo de operações – consideradas um serviço premium – do que cobram pelas transferências normais.

Ainda assim, apesar deste crescimento acentuado, as transferências imediatas continuam a ter um peso “diminuto” no total de operações registadas no sistema de pagamentos em Portugal, o chamado SICOI: apenas 0,4% em quantidade (0,3% em 2023) e 3,6% em valor (2,6% em 2023).

Os portugueses continuam a preferir os pagamentos em cartão no seu dia-a-dia: cresceram 11,9% em quantidade (4.200 milhões de operações) e 3,9% em valor (208,8 mil milhões de euros), representando quase 80% do número total de operações processadas no SICOI. Mais de metade das compras com cartão foi feita com base em tecnologia contactless, sendo usada sobretudo nos restaurantes e lojas.

Já os débitos diretos e as transferências a crédito representam cerca de 5% dos pagamentos cada.

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