Ministro da Economia quer Europa como “oásis anti-burocracia” para ganhar competitividade

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12:40

Pedro Reis pede que UE corte na regulação para "dar oxigénio" às empresas e, assim, fazer frente a mercados como os EUA, que testa soluções junto do consumidor em vez de “perder tempo” a discuti-las.

Fazer da Europa um oásis anti-burocracia e deixar as empresas respirar” foi o apelo feito esta quarta-feira pelo ministro da Economia, Pedro Reis, na XVIII Cimeira da COTEC Europa. O governante, que participava num painel sobre “políticas para a competitividade”, nomeou a competitividade, a reindustrialização e a produtividade como os desafios atuais.

Para ganhar escala são precisos instrumentos jurídicos comuns. Se Bruxelas retirar burocracia, as empresas agradecem“, defendeu Pedro Reis, ao lado da ministra italiana do Ensino Superior e Investigação, Anna Maria Bernini, e do ministro espanhol da Transformação Digital e da Função Pública, Óscar López.

O ministro da Economia criticou os desafios colocados ao mercado de fusões e aquisições, assinalando que o problema não é falta de diagnóstico — feito nos relatórios elaborados por Mario Draghi e Enrico Letta –, mas antes de execução.

“Enquanto perdemos tempo a discutir, os nossos concorrentes internacionais vão crescendo e acelerando. Temos todas as condições para ganhar competitividade, que, ainda por cima, se perde em ambiente de tarifas. É bom que a Europa recupere algum espaço”, apelou.

"Enquanto perdemos tempo a discutir, os nossos concorrentes internacionais vão crescendo e acelerando. Temos todas as condições para ganhar competitividade, que, ainda por cima, se perde em ambiente de tarifas. É bom que a Europa recupere algum espaço.”

Pedro Reis

Ministro da Economia

Pedro Reis pede, assim, que a União Europeia (UE) corte na regulação e na burocracia para “dar oxigénio” às empresas.

Para a ministra italiana, “este é o momento dos ecossistemas”. “Durante muito tempo tivemos ecossistemas em que trabalhámos de forma setorial. Agora, temos de juntar tudo: empresas e universidades”, considera Anna Maria Bernini, que também esteve presente na cimeira da COTEC, a decorrer em Coimbra.

O conhecimento deve ser transferido para as empresas com competitividade. O próprio mercado às vezes nem consegue captar. A melhor forma é trabalhando juntos e interagindo no mesmo patamar. Temos de partilhar tecnologia. A Europa tem de trabalhar em conjunto e não ser apenas este ou outro país”, sustentou.

Óscar López, por sua vez, argumentou que “grande parte da resposta” a estes desafios está no relatório Draghi. “A Europa deve apostar em si mesma, reforçar a sua autonomia tecnológica e estratégica. Tudo o que está a acontecer é um grande problema, mas também pode ser uma grande oportunidade”, afirmou o ministro espanhol, defendendo que a Europa “tem de se reindustrializar através do digital”.

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