Digi pede “paciência” aos clientes. “Estamos conscientes da necessidade de melhorar o nosso call center”

CEO do grupo que controla a Digi pede "paciência" aos clientes: "Estamos conscientes da necessidade de trabalhar e de melhorar o nosso call center."

O CEO do grupo Digi reconheceu esta quinta-feira que a empresa tem de melhorar o atendimento ao cliente em Portugal, perante a existência de queixas de potenciais e atuais clientes.

Estamos conscientes da necessidade de trabalhar e de melhorar o nosso call center e o nosso apoio ao cliente e estamos a trabalhar nisso. Estamos a tentar fornecer o melhor serviço possível aos nossos clientes”, afirmou Serghei Bulgac, CEO da Digi Communications, que controla a Digi Portugal.

O gestor falava na apresentação de resultados trimestrais da empresa, que mostraram que a Digi Portugal chegou ao fim de março com 389 mil clientes móveis e 137 mil clientes fixos, o primeiro trimestre completo em operação no país.

Face a 31 de dezembro de 2024, em termos líquidos, a empresa registou 68 mil adições móveis e dez mil adições fixas, o que representam crescimentos de 21,18% e 7,87%, respetivamente.

Já no plano financeiro, a Digi registou receitas de 17,7 milhões de euros no primeiro trimestre, enquanto os custos operacionais foram de 26,4 milhões de euros.

Para equilibrar a operação, será necessário duplicar as bases de clientes móveis e fixos, estimou o gestor, apelando, por agora, à “paciência” dos clientes: “Tudo o que temos em Portugal é um trabalho em curso”, disse, numa altura em que a empresa continua a dar os primeiros passos da operação.

Bulgac descartou ainda mais operações de fusões e aquisições no mercado nacional: “Não esperamos M&A em Portugal este ano”, disse durante uma call via Zoom.

Móvel brilha, mas fixo não descola

O relatório trimestral publicado esta quinta-feira pelo grupo Digi Communications mostra que a operadora está a registar em Portugal uma dinâmica mais forte no serviço móvel do que no fixo, apesar da cobertura de rede mais limitada do que a das empresas incumbentes.

Essa tendência fica ainda mais nítida ao comparar o número de clientes mais recente com a base de clientes que a Digi ‘herdou’ com a compra da Nowo. Se se excluírem os 270 mil clientes móveis que a Nowo tinha quando foi adquirida em agosto de 2024, a Digi já conseguiu aumentar essa base móvel em 119 mil clientes em termos líquidos.

Só que o ritmo é significativamente mais lento no serviço fixo. Os 137 mil clientes fixos que a empresa agora reporta referentes ao fim de março representam apenas mais 7.000 adições líquidas face aos 130 mil que tinha a Nowo no momento da transação. Isto porque a Nowo terá perdido clientes entre agosto e o momento do lançamento da Digi em Portugal.

A Digi está a crescer a dois dígitos no móvel, mas o número de clientes fixos subiu em apenas 7.000 face à base de clientes que ‘herdou’ com a compra da operadora Nowo.

Estes cálculos foram feitos com base nos números reportados pelo grupo Digi nos dois últimos trimestres, especificamente os RGU, que correspondem a unidades geradoras de receita. O ECO cruzou depois esses números com a informação que a empresa partilhou no ano passado, quando anunciou a compra da Nowo por 150 milhões de euros.

Aos clientes com serviço de internet fixa, a Digi disponibiliza ainda um serviço de subscrição por TV e de telefone fixo, que podem ou não ser contratados individualmente pelos consumidores. Na televisão, a base de clientes da Digi cresceu 3,31% entre o quarto trimestre de 2024 e o primeiro de 2025, passando de 121 mil para 125 mil.

Já no telefone fixo — uma tecnologia que tem caído em desuso, mas que está incluída na esmagadora maioria dos pacotes das outras operadoras — a base de clientes da Digi encolheu 2,8%, tendo passado de 107 mil para 104 mil entre os dois últimos trimestres.

Estes indicadores estão entre os primeiros dados a serem conhecidos sobre a atividade da Digi em Portugal. Será necessário esperar mais algum tempo para aferir verdadeiramente as tendências da empresa e o impacto da sua chegada no mercado de telecomunicações nacional.

(Notícia atualizada às 15h50 com declarações do CEO da Digi Communications)

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