Portugal perde investimento estrangeiro pela primeira vez desde a pandemia
Desde o segundo trimestre de 2020, marcado pela pandemia e confinamentos a nível mundial, que o investimento direto estrangeiro não registava valores negativos.
Portugal perdeu Investimento Direto Estrangeiro (IDE) no primeiro trimestre, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia, em 2020. O IDE registou um valor negativo de 1,1 mil milhões de euros no arranque do ano.
O Banco de Portugal explica que esta evolução se deveu sobretudo à “redução da dívida de entidades residentes perante empresas não residentes do mesmo grupo económico” no valor de -1,2 mil milhões de euros.
Os dados mostram ainda que, numa perspetiva de contraparte imediata, “a redução do IDE se deveu principalmente ao continente europeu”. Destacando-se a redução do investimento proveniente de Espanha (-3,1 mil milhões de euros), que foi “parcialmente compensada” por aumentos do IDE do Luxemburgo (400 milhões de euros), da Bélgica (300 milhões) e de França (300 milhões), detalha o supervisor bancário.
Já o investimento direto de Portugal no exterior (IPE) foi de 1,3 mil milhões de euros entre janeiro e março, menos 31,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o IDE a ter como destino sobretudo empresas localizadas em países europeus, em particular Países Baixos (800 milhões de euros), em Espanha (200 milhões) e na Alemanha (100 milhões).
Evolução das transações de IDE
EUA em oitavo na lista de maiores investidores
O Banco de Portugal adianta ainda que os EUA ocupavam a oitava posição entre os principais investidores do país, representando 5,7% do total do IDE, considerando os dados por investidor final (e não imediato).
Desde 2019, o IDE americano aumentou 70%. “Considerando os dados por investidor final, que permitem aferir a origem última dos fluxos de investimento, observa-se que o stock de IDE realizado por investidores dos EUA passou de 6,7 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2019 para 11,4 mil milhões no primeiro trimestre de 2025“, revela a entidade liderada por Mário Centeno. O investimento realizado diretamente por entidades sediadas nos EUA (contraparte imediata) totalizava os quatro mil milhões de euros.
Isto significa que a maior parte do IDE norte-americano entrou em Portugal a partir de outras jurisdições económicas. Mais concretamente: Luxemburgo e Países Baixos eram os dois principais países intermediários, tendo canalizado 39% e 12% do IDE norte-americano, respetivamente.
Já o montante do investimento português nos EUA — na perspetiva de contraparte imediata — era de 1,8 mil milhões de euros no final de março, quase mais 40% do que em 2019.
(notícia em atualizada às 12h08)
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