Meo vai assinar contratos de energia para melhorar “visibilidade dos custos” energéticos
"A subscrição de PPA garante melhor visibilidade sobre a quantidade e o preço da energia que podemos adquirir em 2025", disse esta terça-feira o representante das relações com os investidores.
A Altice International informou esta terça-feira que pretende melhorar a rentabilidade e a visibilidade do negócio energético, que comercializa através da marca Meo Energia, com a assinatura de contratos de aquisição de energia que lhe permitam controlar melhor os custos da eletricidade.
“A nossa estratégia para melhorar a margem é através da assinatura de PPA (Power Purchase Agreements) que nos permitam mitigar o risco de exposição ao mercado de energia”, afirmou um representante da empresa na relação com os investidores, numa chamada com analistas.
Em causa estão acordos de compra e venda de energia, tradicionalmente de fontes renováveis, a longo prazo e que permitem preços mais competitivos do que o resto do mercado. A operadora de telecomunicações, que se lançou na comercialização de energia em 2020, sentiu necessidade de avançar para este mecanismo devido ao impacto dos custos nas contas do início do ano.
“O nosso desafio agora é realmente garantir que podemos crescer com sucesso do ponto de vista dos custos. Na prática, isto significa ter uma melhor visibilidade dos custos de energia, pelo que a subscrição de PPA garante uma melhor previsibilidade sobre a quantidade e o preço da energia que podemos adquirir ao longo de 2025”, adiantou o representante da empresa na conference call após a apresentação de resultados.
“O custo de procurement de energia da Meo Energia durante o [primeiro] trimestre foi elevado, o que afetou negativamente o perfil de margem geral da Altice Portugal nesse período. Isto está a ser resolvido no segundo trimestre e a margem de contribuição de eletricidade que vimos até agora, no segundo trimestre, é positiva e cresce a dois dígitos comparativamente ao ano passado”, explicou o mesmo porta-voz da Altice International.
O plano é que este procedimento permita à empresa aumentar “um pouco mais” a margem bruta e a ganhar maior visibilidade sobre este negócio no qual se lançou durante a pandemia e tem investido desde então, inclusive ao conjugar a oferta de telecomunicações com a de energia, há precisamente um ano.
“O desafio neste momento não é tanto a adesão, que temos visto que é boa, como se pode ver na perspetiva da receita no primeiro trimestre e também no último trimestre”, garantiu o representante da relação com os investidores, sem apresentar detalhes sobre a receita específica deste negócio, que ainda é “marginal”, embora seja visto como uma “oportunidade” daqui para a frente.
A Altice Portugal foi das primeiras telecoms da Europa a entrar no segmento de comercialização de energia 100% verde. Atualmente, vende eletricidade “tanto aos novos assinantes como, progressivamente, à base” (core). A Meo Energia tem mais de 150 mil clientes, de acordo com os últimos dados disponíveis.
No primeiro trimestre, a Altice Portugal teve receitas de 697 milhões de euros, o que representa uma subida de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024. A dona da Meo viu as receitas aumentarem devido ao segmento de consumo, que cresceu 8,4% para 374 milhões de euros, mas o lucro operacional caiu mais de 5%. Excluindo o negócio da Altice Labs, relacionado com inovação e desenvolvimento de produtos e serviços, as receitas teriam subido 7% comparativamente a igual trimestre do ano anterior.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Meo vai assinar contratos de energia para melhorar “visibilidade dos custos” energéticos
{{ noCommentsLabel }}