Governo afasta adjunto que foi à China com despesas pagas pela Huawei
Nuno Barreto pagou as viagens de avião para a China, mas quem pagou a estadia, incluindo alojamento e refeições, foi a Huawei. Colocou o lugar à disposição e foi exonerado.
Nuno Barreto, o adjunto do secretário de Estado das Comunidades que viajou à China com estadia paga pela Huawei, foi a primeira baixa do Governo na sequência do caso Huaweigate. O Observador avançou esta quinta-feira que o Ministério dos Negócios Estrangeiros afastou Nuno Barreto dado que o valor das despesas pagas pela Huawei foi superior a 150 euros, o máximo permitido pelo Código de Conduta aprovado recentemente.
O adjunto do secretário de Estado viajou à China em janeiro de 2017, já depois de ter sido aprovado um Código de Conduta que proíbe governantes e membros de gabinetes de aceitarem ofertas superiores a 150 euros. “Se o adjunto em causa tiver desrespeitado o limite aí fixado, estar-se-á perante um caso de violação de deveres, incompatível com a continuidade do exercício de funções”, disse ao Observador fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mais tarde, a exoneração foi confirmada: “Tendo o adjunto Nuno Miguel Jorge Barroso de Almeida Barreto colocado o seu lugar à disposição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, foi o mesmo exonerado, nesta data, das suas funções”.
Nuno Barreto pagou as viagens de avião, mas a estadia, incluindo alojamento e refeições, nos vários dias em que esteve na China foi paga pela Huawei, numa valor que deverá ultrapassar os 150 euros. O secretário de Estado das Comunidades tinha pedido durante esta quinta-feira “a informação necessária para determinar se houve ou não” violação do Código de Conduta, aguardando ainda essa informação, segundo o Observador.
Além de Nuno Barreto, também Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, Sérgio Azevedo, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Ângelo Pereira, vereador do PSD na Câmara de Oeiras, e Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, estão envolvidos no caso do Huaweigate.
(Atualizado às 21h40 com confirmação da exoneração)
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