Subida dos preços das casas “deverá ser mais moderada”, diz a Century 21

  • Lusa
  • 11 Agosto 2017

A consultora antecipa uma “evolução positiva consistente” do mercado imobiliário português, mas acredita que a subida dos preços das casas “deverá ser mais moderada”.

A Century 21 Portugal antecipa uma “evolução positiva consistente” do mercado imobiliário português até final do ano e em 2018, com um crescente protagonismo dos portugueses nas transações efetuadas, mas um necessário abrandamento nos preços dos imóveis.

“Apesar de os ciclos serem cada vez mais curtos, é expectável que a evolução positiva do mercado seja consistente no próximo semestre e durante o ano de 2018. Os indicadores relativos à concessão de crédito à habitação continuam a crescer e a permitir cada vez maior predominância dos portugueses nas transações do mercado imobiliário nacional”, refere a mediadora em comunicado.

Segundo acrescenta, as novas medidas aprovadas pelo Banco de Portugal “irão também trazer maior transparência, rigor e competitividade aos processos de atribuição de crédito à habitação e ao mercado imobiliário”, assegurando “maior capacidade de escolha aos consumidores” e gerando “maior concorrência na indústria bancária”.

“A implementação da Ficha de Informação Normalizada Europeia, prevista para o início de 2018, obriga a uma maior transmissão de informação obrigatória ao consumidor nos processos inerentes ao crédito à habitação”, enquanto “a portabilidade das avaliações de imóveis vai estimular a competitividade do crédito à habitação, dado que passarão a ser efetuadas apenas uma vez, através de empresas certificadas pela CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários], e serão aceites por qualquer banco no processo de seleção das melhores propostas de concessão de crédito”, refere.

Quanto à evolução dos preços do imobiliário, a Century 21 Portugal acredita que “deverá ser mais moderada”, até porque atualmente “o valor médio dos imóveis em venda no mercado é muito superior ao valor médio das transações efetuadas”.

“O rendimento disponível dos portugueses mantém-se em níveis bastante estáveis, o que significa que o poder de compra das famílias não irá suportar aumentos significativos na aquisição de imóveis. Por outro lado, o perfil atual do segmento de procura internacional e novos projetos imobiliários que começam a surgir irão contribuir para manter o equilíbrio no mercado imobiliário”, sustenta.

Os preços praticados no setor imobiliário são, aliás, um dos desafios apontados pela mediadora, que alerta para que, “principalmente, no centro das principais cidades, a oferta existente está bastante desajustada da procura, sobretudo, em termos das reais capacidades financeiras da classe média portuguesa, que é o maior motor do mercado imobiliário nacional”.

“É imperativo aumentar a oferta de habitação acessível para os portugueses”, defende, avançando como solução a “regeneração dos espaços públicos urbanos”, quer “para criar novas soluções de habitação nas zonas das cidades onde ainda é possível desenvolver projetos urbanísticos”, quer para atrair “empresas e serviços que trazem novas dinâmicas para as zonas reabilitadas, potenciando o surgimento de soluções de habitação”.

De acordo com a Century 21, se é um facto que “começam a surgir projetos residenciais de obra nova nas zonas mais periféricas das cidades”, a verdade é que “ainda não são suficientes para fazer face à procura atual”.

Neste contexto, considera, “devem ser estudados métodos inovadores de financiamento à construção para atrair operadores de grande dimensão para dinamizar o setor da construção residencial, que desenvolvam novos projetos ajustados às reais capacidades financeiras dos portugueses”.

Adicionalmente, o mercado imobiliário “necessita de atrair grandes investidores que constituam carteiras de imóveis para arrendamento, com dimensão que lhes permita minimizar o risco, minorar o valor das rendas e assegurar a sua rentabilidade através da criação de economias de escala a nível nacional”.

“Igualmente importante seria trabalhar com os proprietários de terrenos e prédios devolutos ou subocupados para potenciar novas soluções de habitação e aumentar a colocação de mais imóveis no mercado”, sustenta a Century 21, defendendo ainda “a possibilidade de converter espaços não residenciais sem utilização, no centro das cidades, em soluções de habitação acessível para arrendamento”.

Também “fundamental”, para a mediadora, é “definir uma estratégia integrada” entre os setores do turismo e do imobiliário residencial “com o objetivo de promover as diferentes regiões nacionais e garantir a continuidade da descentralização da procura internacional”.

“Este aspeto é essencial para retirar a pressão dos preços de habitação dos destinos mais populares, que se tornam os principais polos de atração de residentes sazonais que adquirem imóveis em Portugal, bem como para potenciar o desenvolvimento de outras regiões de turismo, tendo em conta as distintas opções que Portugal tem para oferecer”, conclui.

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