Em atualização ONU: Guterres promete “abordagem humilde”
Após seis votações, Guterres conseguiu a nomeação na semana passada e esta quinta-feira foi confirmado pela Assembleia Geral da ONU. Esta é a reta final de um processo que começou a 12 de abril.
António Guterres promete uma “abordagem humilde” enquanto secretário-geral. No discurso após ter sido confirmado como líder da ONU, o ex-primeiro-ministro diz sentir a “profunda responsabilidade” do cargo que assume em 2017.
“Estou ciente dos desafios da ONU e as limitações do secretário-geral”, admitiu Guterres. No entanto, referiu que as portas do seu gabinete vão estar abertas e promete ser uma “ponte de consensos”.
“O que aconteceu à dignidade humana?” É a questão que o próximo secretário-geral deixa à Assembleia Geral da ONU. Guterres falou das suas visitas a zonas de guerra enquanto Alto Comissário da ONU para os Refugiados.
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António Guterres avisou que não se pode ficar “imune” ao que acontece nas guerras, “cada vez mais complexas”, classificando-as de “insuportáveis” do ponto de vista humano por alimentarem o ódio. “Não aceitem os comportamentos repugnantes que possam prejudicar os heróis ao serviço da ONU”, apelou.
Além disso, Guterres vincou a importância da igualdade de género, reconhecendo os vários “obstáculos” que as mulheres enfrentam em todo o mundo.
Em vez de a reprimir, o ex-primeiro-ministro quer promover a diferença: “A diversidade é uma mais-valia e não uma ameaça. As sociedades multiétnicas, multirreligiosas e multiculturais unem, não afastam”, argumentou. Guterres quer uma diplomacia “capaz de promover a diversidade”.
António Guterres foi oficialmente aprovado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O ex-Alto Comissário da ONU para os Refugiados foi recomendado para o cargo pelo conselho de Segurança da ONU a 6 de outubro. Guterres sucede a Ban Ki-moon a 1 de janeiro de 2017.
“António Guterres é assim confirmado por aclamação para o cargo de secretário-geral da ONU no período 1 de janeiro de 2017 até 31 de dezembro de 2021”, afirmou o presidente da Assembleia Geral da ONU. Peter Thomson apelidou este dia de “histórico” por causa do processo de transparência desta eleição presenciado pelos representantes dos 193 estados membros. Thomson sublinhou a “vasta experiência” de Guterres.
A 19 de outubro há nova reunião com a assembleia para preparar trabalho do próximo ano.
A cerimónia começa com um tributo ao Rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, que morreu esta quinta-feira aos 88 anos. Em Nova Iorque está Augusto Santos Silva, o ministro dos Negócios Estrangeiros.
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Em declarações esta tarde, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que este foi “o maior combate da sua vida”, referindo-se à eleição de António Guterres. O Presidente da República elogiou a “capacidade de luta” do próximo secretário-geral da ONU.
O Palácio de Belém pendurou a bandeira da ONU voltada para a rua no torreão central do muro. Ao lado está a bandeira de Portugal, sendo que ambas vão ser iluminadas até à meia-noite, de acordo com a Lusa.
Editado por Mónica Silvares
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