Um terço dos depósitos já está colocado à ordem

Portugueses têm cada vez mais dinheiro parado no banco. Depósitos à ordem engordaram quase 2.000 milhões em julho. Já representam um terço do total dos depósitos nos bancos nacionais.

Os portugueses têm cada vez mais dinheiro parado no banco. Isto é, há cada vez mais dinheiro aplicado em contas à ordem. Em julho, estes depósitos viram o saldo engordar em mais quase 2.000 milhões de euros para um total de aproximadamente 48 mil milhões. Já valem um terço do total que as famílias têm depositado nos bancos.

De acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE), o saldo aplicado em depósitos aumentou quase 1% para 143.514 milhões de euros, o nível mais elevado do último ano. Um terço deste dinheiro está aplicado em depósitos à ordem, que aumentaram 1.960 milhões de euros para 47.935 milhões, compensando a quebra nos restantes depósitos.

O saldo dos depósitos até dois anos caiu 0,13% (90 milhões de euros) para 66.029 milhões de euros. Já o montante aplicado em depósitos com prazo superior a dois anos cedeu 2,2% (666 milhões de euros) para 29.210 milhões de euros.

Este cenário decorre de um contexto pouco ou nada favorável para manter o dinheiro aplicado num depósito a prazo no banco. Em junho, a taxa média do saldo dos depósitos a prazo fixou-se no patamar mais baixo de sempre, ficando pela primeira vez aquém dos 0,5%. Essa quebra da remuneração reflete o rumo descendente dos juros oferecidos pelos bancos nas novas aplicações em depósitos a prazo, mas também o vencimento de aplicações que pagavam taxas mais elevadas.

Isto acontece mesmo depois de o Banco de Portugal ter retirado em abril o travão que impedia os bancos de oferecer remunerações mais atrativas nos produtos dos depósitos. Retirado esse travão, as instituições podem agora voltar a oferecer taxas mais elevadas, como aconteceu com os superdepósitos no passado recente.

Ainda assim, a ação ultra expansionista do Banco Central Europeu (BCE) continua a deprimir a atividade bancária. O banco central tem mantido a taxa de juro de referência em mínimos históricos no sentido de dar força à economia da Zona Euro depois da crise da dívida.

Seja como for, os depósitos continuaram a aumentar no mês passada, numa tendência para a qual terá contribuído o regresso dos emigrantes para o período de férias em Portugal.

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