NOS defende que visitas de trabalho “são uma prática lícita”

A NOS, em comunicado enviado ao ECO, confirma o pagamento de viagens à China a 14 pessoas, sendo 5 delas colaboradores da empresa. Mas sugere que as regras em vigor na empresa foram violadas.

O ECO noticiou, esta segunda-feira, que foi a NOS a pagar a viagem a altos cargos do Estado que foram à China, entre os quais cinco funcionários da empresa Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

A viagem foi na companhia Emirates, em classe económica, e decorreu entre os dias 2 e 15 de junho de 2015. Os 14 convidados da Nos partiram de Lisboa no dia 2, chegaram ao Dubai na madrugada de 3 e aterraram em Hong Kong nesse mesmo dia, durante a tarde.

A operadora NOS, em comunicado enviado ao ECO, defende que a “organização de visitas de trabalho com convidados, cujas funções estejam relacionadas, com o objetivo de partilhar conhecimento, competências e planos de desenvolvimento tecnológico é uma prática empresarial comum e lícita”.

“Essa é uma forma sobejamente utilizada para conhecer as melhores práticas e as soluções mais avançadas que possam dar resposta às necessidades de empresas e instituições, em particular em indústrias tecnológicas”, reforça a empresa.

Regras em vigor na NOS não foram seguidas

No mesmo documento, a NOS afirma que a a política e as regras em vigor na operadora, “não preveem a possibilidade da empresa suportar, mesmo que parcialmente, custos de deslocações que não os dos seus próprios colaboradores”.

E agora? “Perante isto”, a Comissão Executiva da NOS revela que “decidiu apurar internamente o enquadramento e detalhe de um eventual envolvimento da empresa na referida viagem”.

Face aos dados entretanto apurados internamente, e depois da notícia do ECO, a NOS “confirma que, em junho de 2015, colaboradores da empresa participaram, numa viagem de trabalho a Zhang Zhou e Shenzehen”.

A visita teve como único objetivo partilhar com os participantes conhecimento e melhores práticas na área da saúde. Do programa constou uma visita ao hospital de Zhang Zhou, considerado uma referência internacional, e à sede da Huawei em Shenzhen onde foram organizados vários workshops sobre as mais recentes inovações tecnológicas na área da saúde”.

No final da comunicação, a empresa confirma também “a existência de um pagamento das viagens aéreas da referida visita a um total de 14 pessoas, sendo 5 dessas, colaboradores da empresa. O enquadramento deste pagamento encontra-se ainda a ser apurado”, remata.

Os quadros da SPMS envolvidos nesta polémica já colocaram, entretanto, os lugares à disposição. Em comunicado, o Ministério da Saúde adiantou esta segunda-feira que os dirigentes do SPMS, “em particular” o presidente e vogal do Conselho de Administração, colocaram à disposição os respetivos lugares”.

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