Histórico da UGT diz que greve na Autoeuropa é “jogada política”

  • ECO
  • 30 Agosto 2017

A greve da Autoeuropa está a motivar críticas de sindicalistas. Torres Couto, antigo secretário-geral da UGT, não tem dúvidas de que esta é uma tentativa do PCP de ganhar espaço negocial.

Depois de António Chora, mais um histórico sindicalista vem criticar a intenção política da CGTP e do PCP com a greve na Autoeuropa. Desta vez, é Torres Couto, antigo secretário-geral da UGT, que, em entrevista à TSF, diz que esta greve é “uma jogada política clássica“, que vai trazer um “fortíssimo revés” à paz laboral que existia na produtora automóvel.

“É extremamente preocupante. Felicito a CGTP e o seu coordenador, Arménio Carlos, por esta vitória, mas tenho de lembrar a CGTP que esta vitória pode ser uma vitória de Pirro”, diz Torres Couto à TSF.

"Obviamente que o que está por trás disto é uma tentativa da CGTP — e, através dela, do PCP — para ganhar espaço negocial com o Governo, com o PS mas também com o Bloco de Esquerda.”

Torres Couto

Antigo secretário-geral da UGT

Questionado sobre se por trás da greve há uma guerra política, o histórico sindicalista diz não ter dúvidas quanto a esse assunto. “Obviamente que o que está por trás disto é uma tentativa da CGTP — e, através dela, do PCP — para ganhar espaço negocial com o Governo, com o PS mas também com o Bloco de Esquerda. Convém não esquecer que [António] Chora era do Bloco de Esquerda e que, agora, o PCP tomou as rédeas” da Autoeuropa, considera.

Assim, não tem dúvidas: a greve “é uma jogada política clássica”, sublinha. “Assisti a ela quando tinha responsabilidades sindicais muitas vezes, mas houve sempre um perdedor. Os perdedores foram os trabalhadores dessas empresas, que acabaram por ir para o desemprego e essas empresas perderem a sua importância”.

O sindicalista salienta que este é “um dia zero” para a Autoeuropa, onde “nada mais será como dantes”. Isto porque a paz laboral, que “foi uma conquista de décadas” na empresa e que “esteve na base do seu crescimento e na aposta da Volkswagen em Portugal”, sofre um “fortíssimo revés” com a greve desta quarta-feira.

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