Cristas defende baixa de impostos em todos os escalões do IRS
Com a "dívida pública a bater recordes, em valores absolutos e em percentagem do PIB", o Governo está "omisso, a fingir que está tudo bem", e "a voltar ao laxismo de outros tempos", acusa Cristas.
A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu este sábado uma baixa de impostos em todos os escalões do IRS, argumentando ser “injusto e imoral defender baixas apenas para alguns”.
“Num país onde 52% das pessoas não pagam IRS – e não pagam porque têm rendimentos muito baixos -, num país onde 11% dos contribuintes pagam 70% do IRS arrecadado, é injusto e imoral defender baixas apenas para alguns, continuando a carregar nos outros. Para nós, não há portugueses de primeira e de segunda”, defendeu Assunção Cristas.
"Num país onde 52% das pessoas não pagam IRS – e não pagam porque têm rendimentos muito baixos -, num país onde 11% dos contribuintes pagam 70% do IRS arrecadado, é injusto e imoral defender baixas apenas para alguns, continuando a carregar nos outros. Para nós, não há portugueses de primeira e de segunda.”
No encerramento da Convenção Autárquica Nacional do partido, a líder e candidata à Câmara de Lisboa nas eleições de 1 de outubro, anunciou também um regresso do tema do Rendimento Social de Inserção (RSI) ao discurso dos centristas, manifestando-se contra “prestações sociais automáticas” sem fiscalização.
Assunção Cristas argumentou que, com a “dívida pública a bater recordes, quer em valores absolutos, quer em percentagem do PIB”, o Governo está “omisso, a fingir que está tudo bem”, e “a voltar ao laxismo de outros tempos”.
“A começar pela alteração à fiscalização do RSI, onde voltaremos a renovações automáticas sem qualquer intenção de fiscalização. É inadmissível e contra tal nos empenharemos, porque somos a favor de prestações sociais dadas a quem delas necessita, mas somos absolutamente contra prestações sociais dadas a quem delas não precisa“, argumentou.
Sobre a carga fiscal, a líder centrista começou por considerar que, “se há margem para mexer nos impostos, então olhe-se para toda a carga fiscal” e “então que se baixe em todos os escalões”.
Assunção Cristas insistiu na degradação dos serviços públicos, que atribui às cativações e também ao aumento da dívida, em áreas como a saúde e a educação. “O ano escolar está a abrir e no primeiro dia voltam as notícias de que há escolas que podem não abrir as portas por falta de auxiliares”, afirmou, referindo que tal se verifica por todo o lado “e toca a todos”, ilustrando com a escola da sua filha mais velha. “E que diz o ministro? Que há concursos em marcha. Não saberá o senhor ministro que o ano letivo começa em setembro”, questionou.
Cristas anunciou que o CDS-PP vai voltar a apresentar em sede de Orçamento do Estado a baixa progressiva do IRC, uma medida do anterior Governo e que chegou a ser consensualizada com o PS, sob a liderança de António José Seguro, e que foi interrompida por António Costa.
Antes do Orçamento, os centristas levarão ao plenário da Assembleia da República uma proposta para a divulgação periódica das cativações, lembrou a líder centrista, que desafiou PCP e BE a viabilizarem a medida (o Bloco anunciou na sexta-feira uma proposta semelhante).
A situação na Autoeuropa foi igualmente mencionada no discurso da líder, tal como havia sido nas intervenções dos dirigentes Nuno Magalhães, Nuno Melo, Mota Soares e Telmo Correia. “É o Governo das esquerdas unidas que quer interferir nas empresas, mas deixa PCP e BE darem um espetáculo deplorável de luta pelo poder na Autoeuropa, quebrando uma paz laboral de 20 anos. Este é o Governo apoiado por quem, à vez, defende Caracas ou Pyongyang”, afirmou.
Ao longo de toda a tarde, num anfiteatro do Centro de Congressos de Lisboa com capacidade para cerca de mil pessoas, falaram os autarcas eleitos pelo CDS-PP – alguns através de mensagens vídeo, como o presidente de Câmara de Ponte de Lima-, e dois candidatos por cada distrito e cada região autónoma.
O presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro, que integrou a lista ao Conselho Nacional de Filipe Lobo D’Ávila, alternativa à de Assunção Cristas, no congresso de março de 2016, falou em tom de elogio à liderança: “Que sorte que nós temos em ter uma presidente como a doutora Assunção Cristas”.
António Loureiro manifestou ainda a certeza de que das eleições autárquicas resultarão “mais presidentes de Câmara no distrito de Aveiro”, no que foi depois secundado pelo líder da distrital, Jorge Pato, taxativo ao afirmar que os centristas vão “ganhar as eleições em Oliveira do Bairro”.
A presidente do partido não estabeleceu metas quantitativas, tendo reiterado o objetivo geral de crescimento do CDS-PP.
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