João Vasconcelos: “Estamos na primeira divisão” das startups
João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria, falou do evolução do impacto da Web Summit no ecossistema empreendedor português, que se coloca "na primeira divisão" do campeonato da Europa.
“A maneira como olham para Portugal” — é este o maior impacto da Web Summit no ecossistema português, diz João Vasconcelos. “Entramos na primeira divisão” ao lado de países como Inglaterra e Alemanha, afirma o ex-secretário de Estado da Indústria.
“Portugal hoje é percecionado como uma potencia de startups“, disse João Vasconcelos esta sexta-feira, durante a conferência Start Tech. Mas ressalva que teve esse impacto porque “existia um ecossistema que que se preparou”. A partir do momento que Portugal recebeu a Web Summit, “já não precisamos de explicar nada” pois do ponto de vista dos empresários estrangeiros “é normal que haja ali [em Portugal] tecnologia”.
Segundo João Vasconcelos, já há pessoas a “agendar reuniões neste momento para o Web Summit”. Realça ainda um aspeto que acredita ter “passado ao lado” de muitos dos portugueses que participaram no ano passado: existiram “quase 300 eventos paralelos” à conferência, organizados por outras entidades, onde estiveram presentes os grandes investidores e portanto as grandes oportunidades.
Contudo, “há coisas que não mudam”, e o ex-secretário de estado da indústria destaca a “energia, resiliência e capacidade de fazer muita coisa com os poucos recursos” que vê nos empreendedores portugueses. Para colmatar as falhas no financiamento, considera o Programa Semente, da Startup Portugal “o mais ambicioso da Europa” ao introduzir a possibilidade de família e amigos investirem em startups e deduzir até 100.000 no IRS. Está neste momento a ser estudado por outros países.
Temos que começar a exigir aos nossos investidores
Acerca dos projetos que possam falhar, João Vasconcelos defende que “têm de ser rápidos e baratos” e relembra que em Silicon Valley, a meca do empreendedorismo, “nove em cada dez novas empresas morrem”. Reitera ainda que para além de exigir dos empreendedores, “temos que começar a exigir aos nossos investidores“, pois falta capital e “há vários casos em que a empresa falhou pelos investidores”.
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