Marcelo alerta para “as tentações dos ciclos eleitorais” e exige redução da dívida
O Presidente da República deixou avisos ao Governo, aos partidos políticos e até aos parceiros sociais. E pede uma redução "de forma consistente do encargo tão pesado da dívida".
Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta quinta-feira avisos para todos: Governo, partidos políticos e parceiros sociais. Frisou que é preciso exigir “convergências”, superar “tentações dos cada vez mais curtos ciclos eleitorais” e manter o “controlo atento e sistemático das contas públicas.” As palavras do Presidente da República chegam a dois dias das eleições autárquicas e num momento em que o Governo e os partidos de esquerda negoceiam a proposta de Orçamento do Estado para 2018.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no encerramento de uma Cerimónia de Homenagem a Medina Carreira, organizada pelo Fórum para a Competitividade, que decorreu esta tarde na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Para Portugal crescer é preciso “determinação lúcida, exigindo convergências, superando tentações dos cada vez mais curtos ciclos eleitorais, em que mal se sai de uma eleição, logo se pensa nas seguintes,” defendeu o Presidente. E deixou já o aviso: “Eis um tema a que regressarei passado este período eleitoral e ouvidos os partidos políticos e parceiros económicos e sociais.”
" [É preciso] determinação lúcida, exigindo convergências, superando tentações dos cada vez mais curtos ciclos eleitorais, em que mal se sai de uma eleição, logo se pensa nas seguintes.”
Marcelo reconheceu que “um desafio essencial” para o futuro do país é “crescer mais e sustentadamente”. Mas “com esse crescimento, com o controlo atento e sistemático das contas públicas, com a criteriosa gestão dos custos da dívida, e a abertura a novos compradores, facilitada pela recente perceção dos mercados financeiros,” há que reduzir “de forma consistente o encargo tão pesado da dívida.”
O Presidente não negou a importância da “aposta no investimento e nas exportações”, mas quis ir mais longe. São também precisas “mudanças claras na organização e postura dos poderes públicos, e, claro, atenção à coesão social.” É por isso que para Marcelo “o desafio é mais do que financista, economicista, sociologista, é político e é global.” E é também por essa razão que “tem de se assumir com otimismo realista.”
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