Caixabank em silêncio sobre plano de contingência para referendo na Catalunha
O banco dono do BPI recusa clarificar se entregou aos reguladores planos de contingência para superar cenários extremos a partir do referendo deste domingo.
O referendo à independência da Catalunha do próximo domingo elevou o nível de alerta de empresas, investidores e casas de investimento, face ao impacto que o respetivo resultado pode ter. O CaixaBank, dono do BPI, é o ativo catalão mais relevante da Catalunha e por isso um dos mais expostos aos riscos que daí possam resultar. Mas o banco liderado por Gonzalo Gortázar recusa clarificar se já entregou aos reguladores planos de contingência para sobreviver aos cenários mais extremos que se possam colocar a partir do referendo, avança o Público (acesso pago).
“O CaixaBank não comenta temas políticos“. Esta foi a resposta que o banco catalão deu ao jornal português quando questionado sobre se já se dotou de planos de contingência e se estes contemplam medidas de apoio ao BPI; se os entregou aos reguladores e se o banco admite mudar a sua sede de Barcelona para outra região de Espanha.
A questão é pertinente tendo em conta o “peso” que o Banco catalão tem em Espanha, mas também a presença que tem em Portugal. Trata-se do ativo mais relevante da Catalunha e o maior banco de retalho de Espanha, bem como dono do BPI, cuja liquidez é gerida em articulação com a do banco catalão.
Quem excluiu imediatamente a hipótese de deslocalização do CaixaBank para fora da Catalunha, em caso de secessão, foi Adrià Alsina, “por não ter lógica”. O porta-voz da Assembleia Nacional da Catalunha, prestou declarações ao Público na qualidade de professor universitário e de ativista do movimento independentista, tendo defendido que, “havendo dois Estados, o espanhol e o catalão, nada mudará para o CaixaBank”, que “manterá a licença bancária para operar no resto de Espanha, mas passará a responder perante o banco central da Catalunha” e o Banco Central Europeu. E concretizou: “A situação é contrária à do Santander, que manterá a sede em Espanha, mas terá licença bancária para trabalhar na Catalunha.”
Certo é que as casas de investimento têm emitido algumas notas onde colocam o CaixaBank no centro e que levaram a uma onda de recomendações “sem precedentes” de afastamento do título CaixaBank, com a Redburn e a Goldman Sachs a avisarem que “a entidade financeira catalã deixou de ser uma opção de compra”, refere o Público, citando o Expansión.
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