Haitong: Reforço da CTG pode reduzir ângulo a fusões com a EDP
A CTG aumentou a sua participação na EDP para 23,26%, o que poderá ser um sinal de que se está a proteger de aproximações à EDP para fusão.
O Haitong considera o reforço da posição da China Three Gorges (CTG) na EDP uma notícia positiva para os investidores da EDP, mas simultaneamente diz que pode reduzir o ângulo a futuras fusões com a elétrica portuguesa. O alerta é deixado numa nota enviada pelo banco de investimento a clientes, esta quarta-feira. A empresa chinesa anunciou esta terça-feira que aumentou a sua participação na empresa liderada por António Mexia para 23,26%, acima dos 21,35% anteriores.
“Deve ser bem recebido pelo mercado que o maior acionista da EDP esteja a reforçar a sua posição num período de elevada incerteza regulatória”, começa por o Haitong. Mas logo de seguida o banco de investimento acrescenta que “numa perspetiva de longo prazo, este movimento pode ser visto como uma redução do ângulo de fusões e aquisições para a EDP”.
O alerta surge num período em que a EDP tem estado no centro das atenções perante aproximações que a elétrica tem recebido por parte dos espanhóis da Gas Natural, no sentido de uma eventual fusão das duas empresas ibéricas. Uma aproximação que não estará a ser bem acolhida pelos chineses. Em setembro, o comentador Marques Mendes indicou que a CTG não queria a fusão.
Este reforço da posição da CTG pode assim ser interpretado como uma tomada de posição mais forte que permita aos chineses protegerem-se de eventuais aproximações de outras empresas à EDP. Mas o Haitong alerta que se em causa estiver de facto “uma jogada defensiva para a CGT reforçar o seu poder contra aquisições ou fusões não desejadas, isso não seria positivo para o preço da ação” da EDP.
Sendo assim, o Haitong espera uma “reação muda” das ações da EDP no curto prazo devido aos “impactos adversos”, mas numa perspetiva de longo prazo o efeito a dominar sobre os investidores é estes verem “como menos provável” a EDP “receber aproximações indesejadas”.
Ações em mínimos do início de agosto com pressão das rendas
A EDP segue no vermelho na bolsa lisboeta. As suas ações recuam 0,78%, para os 3,066 euros, naquela que é a sétima sessão consecutiva de perdas. Trata-se do ciclo de quedas mais prolongado desde o início de julho, que coloca a cotação da EDP em mínimos do início de agosto.
As ações da EDP têm estado sob forte pressão perante a proposta da ERSE em reduzir as rendas pagas à elétrica liderada por António Mexia, no âmbito dos CMEC. De acordo com a proposta, o valor a pagar ao longo dos próximos dez anos implica um corte de 167,1 milhões de euros por ano face ao montante desembolsado entre 2007 e 2017, o que tem pesado no desempenho dos títulos em bolsa.
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