BCE estuda formas de começar a retirar estímulos
O conselho de governadores debaterá na próxima reunião, em finais de outubro, a redução das compras de dívida pública e privada na zona euro a partir do próximo ano.
O Banco Central Europeu (BCE) debateu, na última reunião sobre política monetária, diversas formas de começar a reduzir os estímulos monetários à economia no próximo ano, anunciou o banco central esta quinta-feira.
Segundo as atas da última reunião de política monetária, publicadas esta tarde, o BCE assegura que o conselho de governadores debateu “algumas soluções gerais inerentes a vários cenários para a redução futura” do programa de compra de dívida, concretamente sobre “a escolha entre o ritmo e a duração planeados”.
“Os benefícios de planear comprar (dívida) durante mais tempo combinado com a maior redução no ritmo comparam-se com os de um período de compras mais curto e maiores volumes mensais”. Nas duas situações, adiantam as atas da reunião, o conselho de governadores considerou que havia que ter em conta os riscos para a estabilidade dos preços se se ampliar o programa de compra de dívida.
Mas, em qualquer cenário, a política monetária continuará muito expansionista porque o BCE reinveste a principal quantidade dos títulos de dívida que vence, oferecendo muita liquidez aos bancos nas operações de refinanciamento. As taxas de juro, antecipa a instituição liderada por Mario Draghi, continuarão no nível atual, em mínimos históricos, durante bastante tempo.
Atualmente, o BCE empresta aos bancos a 0% e cobra 0,4% pelo excesso de reservas. Desde finais de 2014, o Eurosistema, que inclui o BCE e os bancos centrais nacionais, acumulou uma grande quantidade de dívida do setor público e privado, que manterá no seu balanço, reinvestindo o pagamento principal, todo o tempo que seja necessário, segundo as atas.
O conselho de governadores debaterá na próxima reunião, em finais de outubro, a redução das compras de dívida pública e privada na zona euro a partir do próximo ano.
Em julho, o BCE considerou “por amplo acordo” que é necessário que a política monetária apoie o regresso da inflação a taxas próximas, mas um pouco abaixo de 2% a médio prazo. Um membro do conselho de governadores considerou que estão reunidas as condições para ajustar a intensidade da expansão monetária e que estas proporcionariam a oportunidade para reduzir as compras de dívida.
Mas, em geral, o conselho de governadores considera que qualquer avaliação nova da sua política monetária “deveria proceder de forma muito gradual e cautelosa, ao mesmo tempo que se mantém flexibilidade suficiente” porque há incerteza em relação à inflação e às condições financeiras.
Precisamente a apreciação do euro é um fator que contribuiu para o agravamento das condições financeiras e a que o BCE vai dar especialmente atenção porque também põe em perigo o regresso da inflação.
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