Canadiana Colt Resources abandonou ouro no Alentejo

O que se passou com o ouro no Alentejo? Seis anos depois de Colt Resources ter assinado contratos com o Governo português, a empresa desapareceu e os trabalhadores não receberam os salários.

Já lá vão seis anos desde que o Governo português assinou contratos de concessão de ouro no Alentejo com uma empresa canadiana que assegurava a existência de grandes quantidades daquela matéria-prima naquela zona. Agora, após vários anos sem se ouvir falar de qualquer atividade de extração, os trabalhadores da Colt Resources avançam com um pedido de insolvência para a canadiana e o Estado português vai extinguir a relação contratual, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

Chegou a Portugal em 2011 e assegurava que as freguesias de Nossa Senhora da Boa-Fé, em Évora, e Santiago do Escoural, no concelho de Montemor-o-Novo, continham “graus impressionantes” de ouro. Só na zona de Boa-Fé poderiam haver oito milhões de onças, garantia a canadiana Colt Resources.

Alguns meses depois, a 25 de outubro desse ano, Álvaro Santos Pereira, na altura ministro da Economia, anunciava a assinatura de um contrato de concessão de ouro no Alentejo, no entanto, sem referir qualquer empresa. Não tardou muito e, em poucos dias, a Colt Resources assinou os contratos com o Governo português para a prospeção da matéria-prima. “Se tudo der certo, ao fim do terceiro ano já temos a mina aberta para começar, então, a produção normal, uma produção industrial“, assegurava, na altura, Jorge Valente, CEO da Eurocolt (subsidiária em Portugal da Colt Resources).

O problema veio depois, quando se passou um ano sem se ouvir falar de qualquer atividade de prospeção e, em junho do ano passado, os trabalhadores da Colt Resources avançaram com um pedido de insolvência da empresa, por falta de pagamentos dos ordenados desde maio de 2016. “Os gerentes da requerida prometiam que iam pagar os salários em atraso e manter os postos de trabalho, justificando a falta de pagamento pelo motivo de estarem a aguardar financiamentos do estrangeiro, que nunca chegaram a entrar nas contas da requerida”, asseguram ao Jornal de Negócios.

O Ministério da Economia já confirmou que “a atividade da empresa em Portugal ficou completamente suspensa deixando de existir qualquer interlocutor e, por conseguinte, sem continuação dos trabalhos contratualizados com o Estado português“, avança o Negócios. “Neste momento, encontra-se a decorrer na Direção Geral de Energia e Geologia o respetivo procedimento de extinção dos diversos contratos“.

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