Advogado de Vara: “Há aqui uma efabulação”
O advogado do ex-ministro diz que a ligação entre Vara e José Sócrates "não tem qualquer apoio em nenhum facto", pelo que considera "uma efabulação". Armando Vara reagiu "com tranquilidade".
“Há aqui uma efabulação” diz o advogado de Armando Vara, que está sobretudo preocupado com os “prazos totalmente inaceitáveis” previstos em lei para exercer o direito de defesa, tendo em conta a dimensão “sem paralelo” do processo. Afirma ainda o ex-ministro reagiu “com calma, tranquilidade” à acusação no âmbito da Operação Marquês, que “não é nenhuma surpresa como é óbvio”.
Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Vara ouvido pela CMTV, assume não ter “uma perceção completa” da acusação, que tem acompanhado através da comunicação social e das notas da PGR. Ainda não tem o processo em mãos, apesar do cliente que representa “já ter sido notificado”. O que pode dizer para já é que “naturalmente há aqui uma efabulação relativamente a um relacionamento ou um conluio entre o Dr. Armando Vara e o Engenheiro Sócrates, que não tem qualquer apoio em nenhum facto que eu esteja recordado que tenha sido referido ao Dr. Armando Vara”.
Naturalmente há aqui uma efabulação relativamente a um relacionamento ou um conluio entre o Dr. Armando Vara e o Engenheiro Sócrates, que não tem qualquer apoio em nenhum facto que eu esteja recordado que tenha sido referido ao Doutor Armando Vara
Da perspetiva do advogado, “o mais importante de tudo é saber quais são os direitos que a defesa vai ter e de que prazos vai dispor para exercer o seu direito de defesa”. Para Tiago Rodrigues Bastos a questão que se impõe é “Se os prazos de três dias, cinco dias, vinte dias são razoáveis para que vocês conhecessem o processo para qualquer ser normal conhecer o processo”. O próprio responde: “Penso que qualquer ser razoável, para não dizer mais, aceitará que estes prazos são totalmente inaceitáveis”. “É preciso saber se vão ser garantidos à defesa os mesmos direitos que foram assegurados à acusação que teve o tempo que quis para exercer a sua atividade”, defende.
"Penso que qualquer ser razoável, para não dizer mais, aceitará que estes prazos são totalmente inaceitáveis””
Depois de falar com o ministro, o advogado afirma que este reagiu “com calma, tranquilidade” pois a acusação “não é nenhuma surpresa como é óbvio”. Quanto à possibilidade de reincidência, tendo em conta a condenação a cinco anos de prisão no caso Face Oculta, Tiago Rodrigues Basto acredita que “não será esse o caso” pois “os factos não têm paralelo uns com os outros. O tipo de crimes que lhe estão a ser imputados não têm nada a ver uns com os outros”.
Armando Vara, ex-ministro socialista e ex-administrador da CGD enfrenta cinco acusações diferentes que se dividem pela prática de crimes de corrupção passiva de Titular de Cargo Político, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.
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