Governo vê petróleo mais caro. Mas subida do euro compensa

  • Rita Atalaia
  • 14 Outubro 2017

A proposta de Orçamento do Estado para 2018 prevê uma subida dos preços do petróleo. Mas esta aceleração, negativa para as contas públicas, será compensada por uma valorização do euro face ao dólar.

O Executivo de António Costa elaborou as suas previsões macroeconómicas para o próximo ano assumindo uma subida do preço do petróleo, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2018 entregue esta sexta-feira pelo ministro das Finanças na Assembleia da República. Mas este agravamento vai ser compensado por uma outra subida: o Governo prevê uma valorização do euro face ao dólar, o que vai atenuar os “efeitos negativos” do aumento das cotações do crude.

“A apreciação prevista para a taxa de câmbio do euro face ao dólar, avançando de 1,11 em 2016 para 1,18 em 2018, exerce potencialmente um efeito adverso sobre as exportações nacionais, mas atenua os efeitos negativos do aumento previsto para o preço do petróleo nos mercados internacionais, antecipando o Ministério das Finanças que o preço médio do barril de Brent aumente para 53,5 dólares em 2017 e 54,8 dólares em 2018“, lê-se no documento.

Fonte: Proposta de Orçamento do Estado para 2018

Olhando para as cotações no mercado, a média das cotações do Brent, negociado em Londres, desde o início do ano é de 52,72 dólares por barril, o que fica abaixo das previsões do Governo para 2017, mas também das estimativas para o Orçamento do Estado para 2018. Estando o valor médio do petróleo abaixo das estimativas, mas também o euro acima do previsto para este ano, há um efeito positivo nas contas públicas.

De acordo com a proposta, “se o preço do petróleo em 2018 aumentar 20% face ao inicialmente estimado, a simulação aponta para um impacto negativo no crescimento real do PIB na ordem dos 0,1 pontos percentuais. Ao nível dos preços, este choque afetará negativamente o deflator do PIB por via de um impacto substancial nos termos de troca, que mais que compensará o aumento dos preços no consumidor”.

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