Incêndios. Turismo do Centro pede revisão da estratégia para o setor
Mais de metade dos 100 municípios que integram o Turismo do Centro foi atingida pelos incêndios de junho e outubro. Quase 40 empreendimentos turísticos foram destruídos parcial ou totalmente.
A Estratégia para o Turismo 2027, que estabelece “ações e objetivos” para o setor na próxima década, deverá ser revista tendo em conta o impacto dos incêndios no setor, defendeu, esta quarta-feira, o presidente da Turismo do Centro.
Pedro Machado considera que a Estratégia 2027 não pode ignorar as dificuldades criadas pelos incêndios de junho e outubro na atividade turística, lembrando que no Centro do país foram atingidos pelos incêndios deste ano 59 dos 100 municípios que integram a Entidade Regional.
No setor do Turismo, há perdas materiais avultadas, com destruição parcial ou completa de 39 empreendimentos turísticos e de diversas atrações turísticas, como percursos pedestres.
Há ainda um “rombo” na confiança dos turistas e operadores, traduzida numa primeira fase pela queda em 77% das reservas hoteleiras em toda a região, que foi a mais afetada a nível nacional pelo avanço das chamas, que no incêndio de 15 de outubro devastaram também uma larga faixa do litoral.
"É preciso reposicionar a marca, trazer a realidade ao concreto da região. Posicionar o Turismo interno como fator de competitividade obriga à revisão de todas as linhas de atuação.”
O responsável da Turismo do Centro defende, neste contexto, a revisão da Estratégia 2027, avançando até com a proposta de “reposicionar a marca do Turismo“, tendo em conta o impacto dos incêndios em “ativos diferenciadores”, como a natureza e água. “É preciso reposicionar a marca, trazer a realidade ao concreto da região”, diz Pedro Machado, acrescentando que “posicionar o Turismo interno como fator de competitividade obriga à revisão de todas as linhas de atuação”.
A Estratégia para o Turismo 2027 pretende ser o referencial estratégico para o Turismo em Portugal na próxima década, articulando uma visão de longo prazo com uma ação no curto prazo, no âmbito do futuro quadro comunitário de apoio 2021-2027. A estratégia identifica prioridades e opções, promove a integração das políticas setoriais que influenciam a atividade do turismo e assegura uma estabilidade nas políticas públicas do turismo até 2027.
Assenta em cinco eixos estratégicos: valorização do território; impulsionar a economia; potenciar o conhecimento; gerar conectividade; projetar Portugal. Tem como ativos diferenciadores o clima e a luz; a história e a cultura; o mar; a natureza e a biodiversidade; e a água, com os recursos hídricos existentes no interior do país como os rios, praias fluviais e termas.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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