Portugal reembolsou mais mil milhões ao FMI
Portugal voltou a amortizar antecipadamente a dívida ao FMI. Reembolsou mais mil milhões e vai devolver ainda mais dois mil milhões até ao final deste ano.
Portugal voltou a amortizar antecipadamente a dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Reembolsou esta quarta-feira mais mil milhões de euros e conta devolver ainda mais dois mil milhões até ao final deste ano, como já tinha revelado na proposta de Orçamento do Estado para 2018. Com este reembolso, fica liquidado 66% do empréstimo ao fundo liderado por Christine Lagarde.
“Com o pagamento de hoje, estão liquidados 66% do empréstimo do FMI, de 26.300 milhões de euros”, refere o comunicado do Ministério das Finanças, pasta liderada por Mário Centeno.
Antes deste novo reembolso, Portugal já tinha efetuado pagamentos antecipados ao FMI no valor de 5,2 mil milhões de euros em 2017. Além destes mil milhões, “até final do ano, Portugal vai pagar mais dois mil milhões de euros, antecipando as amortizações do empréstimo que ocorreriam até novembro de 2020″, acrescenta.
"Com o pagamento de hoje, estão liquidados 66% do empréstimo do FMI, de 26.300 milhões de euros.”
Na proposta do Orçamento do Estado para 2018 estava previsto que o Estado português reembolsasse o FMI em mais três mil milhões de euros ainda em 2017. O Ministério das Finanças esclarece que “estes pagamentos não terão impacto nas emissões de dívida no mercado internacional a realizar ainda em 2017”.
Ao ECO, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, já tinha antecipado um novo reembolso até final do ano, com o Governo a querer aproveitar a boleia dos juros mais baixos patrocinados pela Standard & Poor’s, a agência de notação financeira que em setembro decidiu retirar a dívida portuguesa da categoria “lixo”.
Mais reembolsos para melhorar sustentabilidade da dívida
“O plano de amortizações antecipadas do FMI continuará a ser implementado em 2018 fazendo já parte do programa de financiamento da República. No final deste ano estarão também garantidas cerca de 40% das necessidades brutas de financiamento de 2018, incluindo 1.400 milhões de euros de pagamentos ao FMI”, dizem as Finanças.
Mário Centeno diz, neste comunicado, que o “reembolso antecipado ao FMI contribui decisivamente para a melhoria da sustentabilidade da dívida, reduzindo o custo desta e permitindo, simultaneamente, uma gestão dos pagamentos mais equilibrada e o aumento da maturidade média”.
A estratégia de reembolso antecipado passa sobretudo por substituir o empréstimo oficial da instituição liderada por Christine Lagarde, que representa encargos mais elevados para os cofres da República, por nova dívida no mercado. Enquanto a taxa de juro que o FMI cobra é superior a 4%, já os investidores estão a exigir um juro de cerca de 2,3% para absorver dívida em mercado secundário.
(Notícia atualizada às 19h57 com mais informação)
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