Três truques para dar a volta às comissões dos bancos
Apesar de os bancos estarem a carregar a fundo naquilo que cobram em comissões, há algumas estratégias que ajudam a contornar pelo menos alguns desses encargos.
O tema das comissões bancárias tem estado na ribalta, tendo em conta o peso crescente que este tipo de encargos têm vindo a assumir no bolso dos portugueses. Cada vez mais relevantes para as suas receitas, os bancos têm vindo a carregar a fundo neste tipo de encargos. Este ano não foi exceção. Desde o início de 2017 que várias instituições financeiras reviram em alta um conjunto de encargos, tendo algumas passado ainda a cobrar por serviços os quais antes não associavam um custo.
Há algumas comissões bancárias que são incontornáveis, mas o mesmo não acontece com outras. Há algumas estratégias que os clientes bancários podem utilizar de forma a contornar esse tipo de encargos. Fique a conhecer algumas delas.
Domiciliar o ordenado pode dar isenção
A prática já não é tão transversal à generalidade dos bancos, mas ainda há instituições financeiras que isentam algumas comissões bancárias associadas a serviços ou produtos bancários mais básicos a quem lá domicilie o ordenado, pensão, ou rendimento fixo. A manutenção de conta ou o cartão de débito são os mais comuns alvos de isenção deste tipo de encargos nessas circunstâncias.
Entre os maiores bancos tanto o BCP, como o BPI e o Bankinter isentam a comissão de manutenção de conta a quem domicilie o ordenado ou a pensão. O BPI não cobra ainda a primeira anuidade do cartão de débito a quem tenha uma conta com essas características.
Porém, é importante ter em atenção as condições de adesão. No Bankinter, por exemplo, precisa de cumprir vários requisitos para poder abrir a Conta Mais Ordenado, como compras mensais com o cartão ou a domiciliação mensal de despesas.
Ir atrás dos bancos online ou mais pequenos
Mesmo para quem não pretenda domiciliar o ordenado também é possível beneficiar de custos zero por ter uma conta bancária. É possível consegui-lo sobretudo nos bancos que operam apenas na internet. Tendo em conta a sua estrutura de custos que é mais baixa nestas instituições financeiras quando comparadas com os bancos que têm balcões, conseguem isentar esse tipo de encargos. É o que acontece com o ActivoBank, o Best e o BiG.
É a mesma estrutura de custos mais baixa que permite ao Banco CTT, que funciona também dentro das estações de correio, não cobrar pela manutenção da conta, mas também pela anuidade do cartão de débito ou de crédito. Ir atrás dos bancos mais pequenos ou com presença mais recente em Portugal é, aliás, uma das formas de conseguir este tipo de poupanças. Como o seu objetivo é estender a sua presença tendem a oferecer condições de acesso aos seus produtos e serviços mais em conta. O banco BNI Europa e o Atlântico Europa são dois exemplos disso mesmo. Qualquer dos bancos angolanos não cobra comissão de manutenção de conta, sendo que o BNI Europa isenta não cobra anuidade do cartão de débito.
Ver se em pacote compensa
Tirar partido da isenção de comissões nem sempre é possível, e muitas vezes para o conseguir é necessário mudar de banco. No entanto, a opção de mudar de banco para ir em busca de poupanças nem sempre é um exercício fácil. Os portugueses têm habitualmente uma forte ligação ao seu banco de sempre ou então ao gestor da sua conta, o que acaba por restringir a “vontade” de mudar de banco. Noutros casos, estão presos à instituição financeira porque, por exemplo, é lá que têm o crédito à habitação e têm de manter conta aberta.
Nesse tipo de situações, optar por contratar um pacote de serviços do banco em vez de pagar individualmente por cada um deles pode ser uma boa via em determinadas circunstâncias. As “contas pacote” nada mais são do que agregadores de serviços a um preço único. Este tipo de contas está disponíveis em nove bancos (CGD, BCP, Novo Banco, Santander Totta, Montepio, Bankinter, Popular, EuroBic e Deutsche Bank). Em algumas das instituições financeiras que as oferecem, existem pacotes mais ou menos abrangentes em termos de serviços e que divergem também em termos de preços. Quanto mais serviços tiverem associados, necessariamente mais elevado será o custo associado.
Aquilo que é importante avaliar é se, tendo em conta a oferta “em pacote” não abrange mais produtos do que aqueles de que realmente necessita. Ou seja, se não compensa mais pagá-los separadamente.
A maior parte dos bancos também dispõem de “contas base”, que mediante o pagamento de uma comissão única mas de valor livre para cada banco, disponibilizam serviços como a manutenção de conta, cartão de débito, acesso ao homebanking, transferências interbancárias e a possibilidade de até três levantamentos ao balcão também a um custo único. Contudo, a maioria não compensam face às contas “pacote”.
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