CTT afundam 20%. Haitong vê margem para cair mais
Os resultados da empresa de correios desapontaram os investidores. Espelho disso mesmo foi a queda recorde dos títulos que, na perspetiva do Haitong, podem cair ainda mais, até aos 3,90 euros.
Os CTT afundaram em bolsa. Os resultados dos primeiros nove meses do ano desapontaram os investidores, que levaram as ações da empresa de correios a perderem um quinto do valor. Mas também ficaram bastante aquém do previsto pelos analistas que, um a um, estão a rever em baixa as suas avaliações para a cotada liderada por Francisco Lacerda. O Haitong cortou o preço-alvo para um valor ainda mais baixo que o mínimo histórico atual.
Os CTT arrancaram a sessão com uma queda de 11% para 4,50 euros, mas a tendência negativa acentuou-se com o passar das horas, apesar de ser feriado, o que, tradicionalmente, afasta investidores do mercado. Os títulos chegaram a cair um máximo de 21,8% para os 3,954 euros, o valor mais baixo alguma vez atingido pela cotada desde que entrou no mercado de capitais.
CTT afundam mais de 20%
A empresa de correios, que entrou na bolsa em dezembro de 2013 a 5,52 euros, está agora a valer 3,96 euros, mas o Haitong tem uma avaliação ainda mais baixa. O banco de investimento cortou o preço-alvo de 6,50 euros para 3,90 euros, valor que, se for atingido, será um novo mínimo histórico para os CTT. A recomendação é de “neutral”. Era de “comprar”.
O Haitong explica que “os resultados sugerem que a empresa está a ter dificuldades em gerar receita, sendo incapaz de conter os custos”, deixando, no entanto, a indicação de que o programa de corte de custos que irá anunciar poderá ser um “trigger positivo” para as ações. “Mas temos de esperar e ver quanta boa vontade ainda existe por parte dos investidores”, refere a nota de investimento.
"Os resultados sugerem que a empresa [os CTT] está a ter dificuldades em gerar receita, sendo incapaz de conter os custos.”
Os CTT registaram lucros de 19,5 milhões de euros entre janeiro e setembro, uma quebra de 57% face ao mesmo período do ano passado. A justificar a quebra dos lucros está a diminuição de 6% do tráfego de correio endereçado, além de um nível de custos fixos demasiado elevado. E perante este números, a empresa cortou o dividendo de 48 para 38 cêntimos.
Mais cortes… de preço-alvo
O Haitong não foi o único banco de investimento a rever em baixa a avaliação das ações após os resultados. O BPI cortou a avaliação dos CTT em 27,7%, passando o preço-alvo de 6,50 euros para 4,70 euros, o que ditou que a recomendação passasse para “underperform“, isto perante números desapontantes, nomeadamente os volumes de correio. “As tendências seculares do negócio principal [correio] não estão a ser seguidas de um ajuste na estrutura dos CTT”, alerta o banco.
De acordo com a Bloomberg, também o JPMorgan terá reduzido a sua avaliação para os CTT, levando o preço-alvo de 5,50 para 4,80 euros, enquanto a MainFirst desceu o “target” de 7,00 para 5,00 euros. Morgan Stanley e Jefferies não mexeram nas suas avaliações, já o BBVA e o Santander vão fazê-lo. Por agora, no entanto, colocaram os preços-alvo em revisão.
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