Bem-estar dos portugueses continua a subir. Valor mais alto desde 2004
A qualidade de vida dos portugueses continua a melhorar, de acordo com o INE. O indicador que mede o bem-estar regista o melhor resultado desde que há registo, ou seja, 12 anos.
O Índice de Bem-Estar (IBE) em Portugal continua a sua evolução positiva desde 2004. A acompanhar esta evolução, as condições materiais de vida também seguiram a recuperar, algo que tem vindo a registar-se desde 2013. Os números revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira, apontam que o indicador poderá ter chegado em 2016 ao nível mais alto desde que há registo, nos 123,7%, graças o crescimento de três das 10 variáveis que compõem o índice.
O indicador que mede o bem-estar da população assenta nos índices de Condições Materiais de Vida e de Qualidade de Vida. Entre 2004 e 2013, ambos evoluíram em sentidos opostos, com o primeiro a seguir em queda e o segundo em crescimento. A partir de 2014, as condições materiais inverteram, começando uma dinâmica de evolução positiva.
A evolução do IBE e dos seus índices
Fonte: INE
Já a qualidade de vida cresceu, entre 2004 e 2008, 8,8 pontos percentuais. A partir de então, e até 2015, o indicador apresentou uma evolução de 23,5 pontos percentuais. As previsões do instituto de estatística preveem que a evolução total seja de 37,4 pontos percentuais. Já no que toca às condições materiais de vida, o decréscimo registado antes da crise era de 4,1 pontos percentuais, entre 2004 e 2008. Entre 2008 e 2015, a queda é de 7,6 pontos percentuais, apesar da recuperação a partir de 2014.
Entre 10 variáveis, três apresentam um crescimento favorável
Das 10 variáveis que compõem o Indicador de Bem-Estar, a educação, a participação cívica e governação e o ambiente são as que apresentam um maior crescimento, com o primeiro claramente demarcado dos restantes. Por outro lado, as relações sociais e bem-estar subjetivo permanecem praticamente estáveis desde 2010.
No período analisado, a educação tem vindo a apresentar uma tendência de crescimento desde 2004, e os dados provisórios estimam que em 2016 poderá ter chegado aos 213,5. Após ter tocado em mínimos em 2010, a participação cívica e governação tem vindo a crescer, tendo chegado aos 147,6 em 2015 e podendo ter alcançado os 148,2 no ano passado. Relativamente ao ambiente, o índice começa a recuperar da queda de 2015, pelo que no ano seguinte pode ter estado nos 131,5.
O IBE e respetivas variáveis entre 2004 e 2016
Fonte: INE
Desemprego e “vulnerabilidade económica” prejudicam condições materiais de vida
Os números do INE apontam que o índice de trabalho e remuneração, analisado nas condições materiais de vida, apresenta a evolução mais desfavorável, sendo o desemprego o principal indicador responsável. No entanto, a partir de 2013, vários indicadores apresentam uma recuperação, e 2016 pode confirmar essa subida. Em causa poderá ter as recentes medidas tomadas pelo Governo, nomeadamente o desaparecimento da sobretaxa para todos os escalões de rendimento, o alívio do IRS que abrange até o terceiro escalão.
No que toca à vulnerabilidade económica, o índice tem vindo a passar por uma queda durante nove anos. Apesar da recuperação a partir de 2014, os valores continuam abaixo do número base de 2004. De acordo com o INE, os números refletem uma “progressiva vulnerabilidade das famílias induzida pelo afastamento das mesmas do mercado de trabalho, pelos elevados níveis de endividamento e pela intensificação da dificuldade em pagar os compromissos assumidos com a habitação”.
Notícia atualizada às 12h51.
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