Paradise Papers: Bruxelas espera reforço no combate à evasão fiscal
O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, espera que as revelações no âmbito do caso Paradise Papers "proporcionem um novo sentido de urgência" a seguir por cada Estado-membro.
O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro disse esta segunda-feira esperar que as novas revelações dos chamados Paradise Papers levem os Estados-membros a redobrar os seus esforços no combate à evasão fiscal, pois são eles que estão a perder.
Em declarações à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), em Bruxelas, Valdis Dombrovskis comentou que casos como aqueles que são expostos na mais recente investigação sobre paraísos fiscais e fuga ao fisco “sublinham precisamente a necessidade de todos os Estados-membros se empenharem, porque no final são todos os Estados-membros que estão a perder receitas fiscais”.
Espero que isto proporcione um novo sentido de urgência
“A propósito dos Paradise Papers, deve ser dito que dão um renovado ênfase ao trabalho que a Comissão Europeia está a fazer para combater a evasão fiscal”, disse, observando que “muito já foi feito”, designadamente no domínio da legislação sobre lavagem de dinheiro e troca automática de informações entre as administrações fiscais dos Estados-membros, “mas mais deve ser feito”, em áreas como a tributação digital.
“Espero que isto proporcione um novo sentido de urgência”, completou o vice-presidente da Comissão Europeia, que fez votos para que haja “um novo ímpeto” no combate à evasão fiscal ao nível europeu.
A investigação Paradise Papers foi realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), que divulgou anteriormente os documentos conhecidos como Panama Papers. Neste novo trabalho, divulgado no domingo, o ICIJ analisou 13,4 milhões de ficheiros e expôs 127 líderes políticos de todo o mundo, empresários, artistas e futebolistas com sociedades em paraísos fiscais.
Entre eles, estão a rainha Isabel II de Inglaterra, o Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o antigo chanceler alemão Gerhard Schröder, Stephen Bronfman, angariador de fundos da campanha eleitoral do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e os cantores Bono (U2) e Madonna, além de mais de uma dúzia de financiadores, conselheiros e membros da administração do Presidente norte-americano, Donald Trump.
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