UE: Eficiência energética pode criar 2,5 milhões de empregos
O combate às alterações climáticas e investimento em energias limpas são essenciais para aumentar o emprego na Europa e para ajudar a gerir as vagas migratórias, alerta Parlamento Europeu.
O investimento na eficiência energética na Europa pode criar 2,5 milhões de empregos, e as energias limpas e a inovação serão um dos principais caminhos para responder aos desafios do desemprego, em especial do desemprego jovem, na União Europeia, disse esta terça-feira o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, na abertura de uma conferência sobre o financiamento das energias limpas, em Bruxelas.
Tajani começou o seu discurso, que deu início à conferência que decorre esta terça-feira, falando sobre os números ainda altos, apesar de uma recuperação generalizada, do desemprego, especialmente entre os jovens. Para o presidente do Parlamento Europeu, a investigação e desenvolvimento essenciais para que a UE seja líder mundial nas energias renováveis trarão oportunidades para os jovens europeus. O novo Pacote de Energia Limpa, que está a ser trabalhado pelo Parlamento Europeu, prevê a criação de 900 mil empregos, acrescentou, apenas a nível mais direto.
Miguel Arías-Cañete, Comissário Europeu para a Ação para o Clima e Energia, também assinalou a importância da transição energética para o emprego na Europa. Para atingir as metas acordadas no Acordo de Paris, e outras que venham a ser estabelecida, vai ser preciso investir primeiramente na eficiência energética — nesta área, antecipou, há espaço para a criação de 2,5 milhões de empregos ao longo dos próximos anos.
Além do papel da transição energética na criação de emprego, se esta for bem aproveitada e com a Europa numa posição de liderança, acrescentou Antonio Tajani perante a conferência de eurodeputados e jornalistas em Bruxelas, o combate às alterações climáticas também é essencial num período em que as migrações se intensificam. Os fluxos migratórios vindos de África, referiu, agravam-se devido à crescente desertificação de terra arável que acontece por causa das alterações climáticas — combatê-las pode ajudar a gerir a crise migratória a longo prazo.
"80% da massa de edifícios atual ainda vai estar aqui em 2050. Por isso temos de renovar mais na Europa. Vamos reduzir a nossa dependência energética, fortalecer a nossa segurança, criar melhores condições de vida para muitos cidadãos, e criar muitos empregos na Europa que não podem ser tirados da Europa. ”
O governador do estado norte-americano da Califórnia, Jerry Brown, louvou os esforços europeus no sentido de criar novas metas para a eficiência energética e para a inovação na área das energias renováveis. A Califórnia, afirmou, também está a tentar adotar uma posição de liderança nesta área, em conjunto com a União Europeia. “Nós também estamos a melhorar a nossa eficiência, e há muito a fazer neste campo, por exemplo nos edifícios”, afirmou.
A inovação na área da eficiência, explicou o eurodeputado Bendt Bendtsen, ligado à área da performance energética dos edifícios, é uma “oportunidade de ouro” para a Europa. A inovação na área da eficiência criará não só “melhores condições de vida para muitos cidadãos” como gerará ainda “muitos empregos na Europa, que não podem ser retirados da Europa” através de outsourcing, visto que o trabalho deve ser realizado aqui.
A jornalista viajou para Bruxelas a convite do Parlamento Europeu.
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