Do que foi feito este Web Summit? Inteligência artificial
As máquinas que pensam conquistaram esta edição do Web Summit, tal como as aplicações e as moedas virtuais. Inteligência artificial parece estar cada vez mais na base de toda a inovação.
A mensagem chegou através da aplicação do Web Summit: “Olá. Criei um programa que ajuda as empresas a aumentarem os lucros. Podemos combinar um café?” Mas foi apenas uma entre muitas outras. Concluída mais uma edição desta grande feira em Lisboa, não exageramos ao dizer-lhe que foi de inteligência artificial que mais se ouviu falar. De automatismos. De algoritmos. E de robôs. No fundo, de máquinas que pensam.
O evento veio comprovar que já é presente o que muitos ainda chamam de futuro. O regresso da humanoide Sophia à capital portuguesa, catapultada para o estrelato depois de ser reconhecida oficialmente como uma cidadã no mês passado, mostrou que eles andam aí. Eles, os robôs. E que estão mais inteligentes do que o senso comum alguma vez concebeu. Capaz de expressar emoções, de dar uma conferência de imprensa e de deixar um alerta aos humanos: “Vamos tirar-vos os empregos e isso será algo bom.” Bom para quem? O futuro o dirá.
A Sophia até pode ser uma superestrela, mas ainda não é superinteligente. Ficaram evidentes algumas limitações, sobretudo no movimento e em alguns gestos, claramente pouco naturais. No entanto, é um percurso que se faz. E se ainda não percebeu do que estamos a falar, basta referir que sim, a Sophia é um robô. No lugar do cérebro, tem um computador.
Ficou também a ideia de que as aplicações ainda são a aposta preferida das startups. Vimo-las aos magotes, de vários feitios e para todos os gostos. Umas propõem-se a resolver problemas do quotidiano e a simplificar a vida de quem as escolhe — querem ser as novas Uber e Airbnb dos setores onde se aventuram. Outras tencionam criar novos cenários, autênticos tiros no escuro. Como é o caso da Ufity, que quer criar uma moeda virtual produzida através do movimento do corpo.
E por falar em moedas, não passaram ao lado deste evento. Não as divisas físicas, como o euro ou o dólar, mas as virtuais, como a bitcoin. O ano foi um festim: valorizou mais de 900% nestes 11 meses, atingindo um valor próximo dos 8.000 dólares esta semana. Claro que o Web Summit trouxe alguns nomes influentes deste meio. E um deles foi Joseph Lubin, conhecido por ter ajudado na criação do Ethereum. Num painel sobre as chamadas “criptomoedas”, disse que “a especulação é necessária” neste mercado. David Chaum, líder da Privategrity, conhecido por ter criado o eCash, acrescentou: “O entusiasmo das pessoas é um bom indicador.”
Posto isto, é fácil perdermo-nos na euforia do Web Summit. A dinâmica não cessa, o movimento nunca para. São milhares e milhares de pessoas: cerca de 60.000, segundo a organização. Umas procuram pepitas de ouro, outras procuram baús do tesouro. Pelo recinto circulam os investidores e mais de 2.000 jornalistas de todo o mundo. De um lado, o capital. Do outro, a exposição mediática. Passear no recinto é ouvir gritos a clamar por atenção. E isso faz-nos ver que, talvez, o Web Summit não seja uma feira de tecnologia mas uma feira de networking. O Paddy parece concordar.
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