Dívida elevada deixa Zona Euro vulnerável a subida dos juros, alerta o Natixis

  • Rita Atalaia
  • 10 Novembro 2017

A conclusão é do Natixis, que diz que "não são boas notícias". O rácio da dívida acima dos níveis de 2007, antes da crise, deixa a Zona Euro vulnerável a uma inversão da política monetária do BCE.

O rácio total da dívida é mais elevado do que em 2007 na maioria dos países da Zona Euro, à exceção da Alemanha. A conclusão é do Natixis, que diz que “não são boas notícias” por deixar a Zona Euro vulnerável a uma subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), desencorajar a mobilidade de capital entre Estados-membros e pode levar a uma queda da procura e ao aumento da poupança.

“Notamos que o rácio total da dívida (pública e privada) é mais elevado do que em 2007 nos países da Zona Euro, à exceção da Alemanha. O nível muito elevado da dívida, quando a crise de 2008 já era uma crise de dívida, não é uma boa notícia”, refere o Natixis numa nota de investimento. “Esta situação ainda não está a receber muita atenção”, salienta. “Acreditamos que esta situação é muito má”, tanto na Zona Euro como um todo como na maioria dos países da região.

Notamos que o rácio total da dívida (dívida e privada) é mais elevado do que em 2007 nos países da Zona Euro, à exceção da Alemanha. O nível muito elevado da dívida, quando a crise de 2008 já foi uma crise de dívida, não é uma boa notícia.

Natixis

Mas por que é que esta situação é tão preocupante? Porque, segundo o Natixis, torna a Zona Euro vulnerável a uma subida das taxas de juro do BCE ou queda do crescimento, prolonga a ausência de mobilidade de capital entre os países da Zona Euro e pelo facto de este fardo levar a um aumento da poupança e quebra da procura por parte dos governos e empresas.

Três consequências da dívida muito elevada

  • A Zona Euro fica vulnerável a um aumento das taxas de juro ou quebra do crescimento. Situações que “teriam um efeito muito negativo” na solvência dos devedores, ou seja, elevariam o risco de incumprimento por parte dos cidadãos;
  • A mobilidade de capital é desencorajada entre os países da Zona Euro. Esta “transferência” desapareceu desde a crise na região, o que “é sério”, uma vez que significa que as poupanças não estão a ser investidas onde seriam mais eficientes. “O nível elevado da dívida nos países da Zona Euro ajuda a prolongar a ausência desta mobilidade de capital entre os países, já que alimenta receios entre os países com excedentes”, como é o caso da Alemanha e Holanda;
  • Há risco de uma queda da procura interna. Numa situação de dívida elevada, é possível que haja um aumento da poupança e uma queda da procura nos governos e empresas em resposta ao grande endividamento.

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