“Absurso” e “infeliz”: Assim reagiu a esquerda ao jantar no Panteão Nacional

  • ECO e Lusa
  • 12 Novembro 2017

Bloco de Esquerda e PCP lamentaram realização do jantar do Web Summit no Panteão Nacional, manifestando-se a favor de alterações à lei que permite utilização de espaços públicos para eventos privados.

“Um absurdo, um disparate, uma coisa ignóbil”, refere o Bloco de Esquerda. “Lamentável e infeliz”, diz o PCP. Depois do polémico jantar exclusivo de convidados do Web Summit no Panteão Nacional, os dois partidos de esquerda consideram que deve haver mudanças na lei que permite a realização de eventos privados em espaços e monumentos público.

 

A polémica em torno da realização de um jantar no Panteão Nacional levou o Governo a classificar esta utilização para eventos festivos como “absolutamente indigna”, tendo decidido alterar a lei que o permite, opção que o Presidente da República já considerou ser “muito sensata”.

Para o deputado do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza, esta utilização do Panteão Nacional foi um “absurdo, um disparate, uma coisa ignóbil” e defendeu que sejam apuradas “todas as responsabilidades” e tiradas “daí todas as consequências que houver a tirar”.

“Porque é que um espaço como o Panteão Nacional pode ser aberto, de acordo com um despacho do anterior Governo, a eventos sociais, de natureza privada? A única razão é arrecadar receita. E isso diz tudo sobre o que é, neste momento, a gestão da política cultural – incluindo a de património – que o Estado faz”, explicou. Por isso, para o bloquista, o essencial é “mudar de orientação” em termos orçamentais, para que deixe de ser preciso “arrecadar receitas de festas para poder manter um Panteão Nacional”.

"Porque é que um espaço como o Panteão Nacional pode ser aberto, de acordo com um despacho do anterior Governo, a eventos sociais, de natureza privada? A única razão é arrecadar receita. E isso diz tudo sobre o que é, neste momento, a gestão da política cultural – incluindo a de património – que o Estado faz.”

José Manuel Pureza

Deputado do Bloco de Esquerda

“Acho que o Governo, ao decidir mudar este regulamento, fez o que precisa ser feito. Há uma autorização que foi dada? Apurem-se as responsabilidades, mas só com a condição que isso não sirva para deixar de fazer o essencial: que não se mercantilizem espaços que não podem ser mercantilizados“, defendeu.

“Lamentável e não deveria ter acontecido”

Do lado do PCP, António Filipe considerou “lamentável e infeliz” o jantar do Web Summit no Panteão Nacional, iniciativa incompatível com a dignidade do monumento, defendendo que os regulamentos aplicáveis devem ser alterados e é necessário bom senso na utilização destes espaços.

O deputado comunista defendeu que este “é um facto lamentável e não deveria ter acontecido”, considerando que este tipo de “iniciativas não são compatíveis com a dignidade de um momento nacional como é o Panteão”.

“Foi lamentável, foi um acontecimento infeliz. Aquilo que importa é que situações como esta não se repitam. Havendo necessidade de alterar regulamentos aplicáveis, esses regulamentos devem ser alterados e deve haver um critério de bom senso na utilização de monumentos nacionais para quaisquer tipos de atividades”, observou. “Manifestamente neste caso não houve o bom senso necessário”.

“Aquilo que nós pensamos é que situações infelizes como estes não devem repetir-se e devem ser a tomadas as medidas necessárias para que isso não volte a acontecer”, insistiu.

"Foi lamentável, foi um acontecimento infeliz. Aquilo que importa é que situações como esta não se repitam. Havendo necessidade de alterar regulamentos aplicáveis, esses regulamentos devem ser alterados e deve haver um critério de bom senso na utilização de monumentos nacionais para quaisquer tipos de atividades.”

António Filipe

Deputado do PCP

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