Soares da Costa entrega novo PER. Está confiante que CGD aprova
A Soares da Costa apresentou um novo plano de recuperação ao tribunal. Joaquim Fitas, presidente da construtora está confiante na aprovação pelos credores, incluindo a CGD, que tinha votado contra.
A Soares da Costa apresentou ontem à noite um novo plano de recuperação da empresa ao tribunal, depois da não homologação por parte do juiz do tribunal de Comércio de Gaia, em maio passado.
“Estamos muito confiantes que o plano vai ter a aprovação por parte dos credores, inclusive por parte da Caixa Geral de Depósitos, o nosso maior credor, o que dará um sinal completamente diferente ao grau de aceitação por parte dos credores”, adiantou ao ECO Joaquim Fitas, presidente da Soares da Costa.
“Nesta altura, acreditamos que a CGD mude a sua posição de voto“, remata.
Joaquim Fitas diz ainda que o plano, que deu entrada esta terça-feira no tribunal, possa estar a ser votado pelos credores no prazo de 10 dias.
Para Joaquim Fitas, os pressupostos do PER são semelhantes ao não homologado, em maio, pelo juízo de comércio de Gaia.
O ponto que levantou reservas ao juiz do Juízo de Comércio de Gaia foi o tratamento desigual que a construtora dava aos credores europeus e aos credores africanos e este ponto, garante Joaquim Fitas foi alterado.
“Não havia diferenciação entre credores europeus e africanos, o que havia era uma diferenciação entre moedas fortes e moedas fracas e que tinha a ver com a desvalorização cambial, mas este aspeto não foi entendido da mesma forma pelo juiz, por isso alterámos a situação e passamos a ter as moedas com o mesmo haircut e não fazemos também diferenciação entre dívida financeira e não financeira”, refere o presidente da construtora.
No plano anterior, a banca africana teria um haircut de 20% e a europeia de 60%. No caso dos fornecedores, os portugueses enfrentavam um corte de 50%, enquanto os de outra nacionalidade seriam integralmente ressarcidos.
Joaquim Fitas diz que “os outros pressupostos do plano de restruturação mantém-se iguais” e assentam na convicção de que “a empresa é viável” e de um cenário de insolvência “é pior para os credores que apenas iriam conseguir receber cerca de 5% dos seus créditos”.
A dívida da Soares da Costa ascende, neste momento, a 700 milhões de euros. A construtora está a pedir um perdão de dívida de 50%, o que em termos de volume corresponde a 300 milhões de euros.
Joaquim Fitas diz que “o pressuposto é que a empresa precisa de continuar a fazer a restruturação e manter o foco nos principais mercados: Angola, Moçambique e Portugal”.
"Não havia diferenciação entre credores europeus e africanos, o que havia era uma diferenciação entre moedas fortes e moedas fracas e que tinha a ver com a desvalorização cambial, mas este aspeto não foi entendido da mesma forma pelo juiz, por isso alterámos a situação e passamos a ter as moedas com o mesmo haircut e não fazemos também diferenciação entre dívida financeira e não financeira.”
É com base na necessidade de continuar a restruturar a empresa que Joaquim Fitas adianta que: “temos que restruturar a dívida junto dos fornecedores, realizar o pagamento integral ao Estado, o que terá que acontecer, em planos prestacionais, e ainda fazer o pagamento integral aos trabalhadores dos salários em atraso, sendo que as indemnizações serão pagas em cinco prestações”.
Ainda do plano consta: “o não pagamento de dívida subordinada, e ainda o não pagamento de dividendos aos acionistas pelo período de 23 anos”.
A restruturação da empresa prevê ainda a saída de cerca de 700 trabalhadores, de um total de 1.700.
Joaquim Fitas refere que: “uma parte significativa dessas saídas acontecerá mal o plano seja homologado”.
Os custos totais de restruturação previstos são agora de 36 milhões de euros, quando no anterior plano eram de 45 milhões de euros.
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