BES: Elisa Ferreira responde aos fundos… mas não convence
Os fundos internacionais lesados na troca de dívida do Novo Banco para o BES mau continuam a boicotar as emissões de dívida de instituições portuguesas.
Mais uma emissão de dívida, mais um boicote. Além da República, os grandes fundos de investimento lesados na troca de dívida no valor de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para o Banco Espírito Santo (BES) “mau” mantiveram-se à margem das operações de financiamento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e, agora, do BCP. Elisa Ferreira defende a atuação do Banco de Portugal, mas continua sem conseguir convencer os investidores.
Ao ECO, fontes do mercado criticam a falta de “boa governance, compliance e transparência” do Banco de Portugal, depois de Elisa Ferreira ter reiterado que o “Banco de Portugal exerceu as suas competências de acordo com a base legal que existe”.
O Banco de Portugal exerceu as suas competências de acordo com a base legal que existe.
Segundo as mesmas fontes, estas “instituições internacionais foram convidadas a investir num banco em Portugal. Este banco tinha todo apoio do Banco de Portugal — incluindo em discursos do governador, dizendo que não havia risco”. Mas o banco liderado por Carlos Costa acabou por decidir transferir cinco séries de obrigações para o banco “mau”, penalizando estes investidores, que, desde então, têm vindo a boicotar cada operação de financiamento das autoridades portuguesas no mercado.
Elisa Ferreira afirmou, à margem do Fórum Banca, que é normal que “em determinados momentos [os fundos] tentem valer a sua posição negocial, é legítimo”. Uma posição que ficou vincada pelos grandes investidores quando o BCP foi agora ao mercado emitir 300 milhões de euros em títulos de dívida. Estes investidores, como é o caso da Pimco e BlackRock, decidiram não participar nesta operação.
“Até que se encontre uma solução, cada detentor de dívida não participará em futuras tentativas de Portugal de se financiar nos mercados”, notam as fontes ao ECO. Estes fundos, que já tinham boicotado a emissão de dívida levada a cabo pela CGD, afirmaram estarem “a aguardar para que sejam retomadas as conversações com as autoridades portuguesas de forma a encontrar uma solução rápida” e para que voltem a considerar “Portugal como um destino credível para os nossos investimentos”.
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