De Portugal a Itália, pilotos da Ryanair ameaçam fazer greve
A poucas semanas do Natal, os pilotos das bases portuguesa, irlandesa e italiana estão a ponderar fazer greve. O motivo? A fraca abertura da empresa ao diálogo e os contratos de trabalho, dizem.
Depois dos pilotos portugueses terem votado a favor de uma ação coletiva contra a Ryanair, os profissionais italianos e irlandeses estão a planear seguir-lhes os passos, poucas semanas antes do Natal. A acontecerem, estas serão as primeiras greves a afetar esta transportadora aérea.
Na base portuguesa, segundo o Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC), a falta de abertura da companhia área no sentido das negociações com os representantes sindicais dos profissionais motivou a votação da ação, que inclui a possibilidade de ser convocada uma greve. Até ao momento, nenhuma paralisação foi ainda marcada. Num comunicado a que o Jornal Económico teve acesso, os representantes referem que têm sido feitos esforços para que seja encontrada uma resolução para os problemas (nomeadamente, no que diz respeito ao planeamento de férias) que levaram ao cancelamento de milhares de voos da empresa irlandesa.
Em Itália, os pilotos votaram a favor de uma greve de quatro horas a 15 de dezembro. O sindicato que representa quatro mil destes profissionais está, deste modo, a reivindicar o direito aos contratos coletivos de trabalho e a apontar problemas nos cuidados de saúde garantidos pela empresa e no agendamento de férias. A Ryanair desvalorizou, contudo, a decisão deste sindicato, referindo que, em seis outras ocasiões anteriores foram invocadas paralisações que não se concretizaram. “Esperamos que a ameaça de greve mais recente seja também adiada ou cancelada”, sublinhou um representante da transportadora, segundo o The Guardian.
Na Irlanda, o caso complica-se. Na base de Dublin, os pilotos estão a decidir se devem ou não seguir os passos dos colegas. Em reação a essa possibilidade, a companhia está a ameaçar alterar a remuneração e as condições dos profissionais, caso votem a favor de uma greve. Em comunicado, os pilotos irlandeses foram avisados que um “sim” nessa ida às urnas significará o congelamento das carreiras e a mudança de bases.
Nas últimas semanas, de acordo com a Fortune, os pilotos na Alemanha, Suécia e Espanha também reuniram conselhos para discutir a possibilidade de haver contratos coletivos de trabalho negociados fora dos comités internos da transportadora irlandesa. Nessas bases, a greve está, igualmente, no horizonte.
A relação da Ryanair com os seus pilotos tem sido desgastada, nos últimos meses, depois de um erro no agendamento das suas férias ter implicado o cancelamento de milhares de voos. Entretanto, a companhia aérea já teve de renegociar as remunerações destes profissionais para garantir o serviço. Ao jornal britânico, o líder executivo da Ryanair reconheceu também que a companhia tem sentido falta de pilotos e que, portanto, tem apostado no recrutamento.
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