Milionário egípcio volta a olhar para a Oi
Naguib Sawiris diz estar novamente a ponderar investir na telecom brasileira, mas deixa um aviso. A decisão depende de o Governo brasileiro seguir o "passo certo".
Naguib Sawiris deu um passo à frente e parece estar novamente interessado em investir na brasileira Oi. O milionário egípcio diz, contudo, que para o fazer o Governo brasileiro tem de assumir o “passo certo” relativamente ao gigante das telecomunicações falido, segundo a Bloomberg.
A disponibilidade foi revelada pelo milionário numa entrevista concedida a partir da cidade egípcia de Sharm El-Sheikh. “Estamos à espera que o Governo assuma alguns passos”, disse o maior acionista da egípcia Orascom Telecom Media, acrescentando que “os acionistas têm estado a lutar e a perder tempo. Caso o Governo dê o passo certo, e se precisarem de um operador industrial como nós, estamos dispostos a ir até lá e ajudar”.
Estas afirmações acontecem depois de o milionário egípcio ter dado um passo atrás na intenção de investir na Oi, suspendendo o interesse que já demonstrava desde a entrada em falência da telecom brasileira, em junho de 2016. Quando decidiu desistir da corrida a esse investimento, Naguib Sawiris justificou a decisão com a guerra que se tinha instalado entre os acionistas da Oi. Isto depois de se ter mostrado disponível no final de 2016 a injetar 1,2 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) na Oi, em conjunto com um grupo de obrigacionistas da empresa brasileira. Entretanto em outubro deste ano disse que seria muito pouco provável dar seguimento a essa intenção.
O renovado interesse em investir na Oi surge após recentes decisões judiciais que podem ter ajudado a abrir o caminho a essa possibilidade. O tribunal que preside a este caso decidiu a 30 de novembro que o CEO da Oi tem poder para renegociar o plano de reestruturação da empresa falida com os credores e para apresentá-lo ao tribunal sem a aprovação dos acionistas que controlam o conselho de administração.
O procurador-geral do Brasil está a liderar uma equipa que tem como objetivo estudar uma solução para a dívida da Oi para com agências governamentais e os bancos, incluindo uma dívida de 11 mil milhões de reais (cerca de 2,8 mil milhões de euros) ao regulador das telecomunicações brasileiro: a Anatel. O atual presidente da Oi que substituiu recentemente Marco Schroeder, que se demitiu em rota de colisão com o conselho de administração da empresa, tem até ao próximo dia 12 de dezembro para apresentar um plano ao tribunal, prevendo-se que a 19 de dezembro decorra um encontro com os credores da telecom brasileira.
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