Nobel da Economia não está “otimista” com acordo sobre o Brexit
Não estou otimista quanto a bom acordo porque a União Europeia não tem condições para dar um bom tratamento ao Reino Unido, disse o Prémio Nobel da Economia.
O Nobel da Economia Richard Thaler disse esta sexta-feira que não está “otimista quanto a um bom acordo” para o Reino Unido sobre a sua saída da União Europeia (UE), estando por definir quanto é que isto custará.
“Não estou otimista quanto a bom acordo porque a União Europeia não tem condições para dar um bom tratamento ao Reino Unido já que, entre outras razões, não quer abrir um precedente para situações semelhantes”, afirmou o economista à agência espanhola Efe.
Não estou otimista quanto a bom acordo porque a União Europeia não tem condições para dar um bom tratamento ao Reino Unido já que, entre outras razões, não quer abrir um precedente para situações semelhantes.
O norte-americano, que recebe no domingo o Prémio Nobel da Economia 2017 em Estocolmo (na Suécia) pelo trabalho desenvolvido na área da economia comportamental e das finanças, considerou que, “seguramente, não haverá ganhos económicos para o Reino Unido ao deixar a União Europeia”. “A questão é quanto terá de pagar”, acrescentou, falando num “custo elevado”.
Para Richard Thaler, os britânicos que votaram no referendo a favor do ‘Brexit’ “não o fizeram com base em cálculos racionais”. “Se agora perguntássemos às pessoas quanto é que estariam dispostas a pagar para [o Reino Unido] sair da União Europeia, não creio que fosse um valor muito alto”, disse.
O economista galadoardo sugeriu, por isso, que a primeira-ministra britânica, Theresa May, desse “aos britânicos […] uma oportunidade para o repensarem”, nomeadamente através de voto naquele Parlamento.
O magnata Arron Banks, promotor da campanha a favor do Brexit, foi mais longe e acusou a primeira-ministra, Theresa May, de trair o seu país com os termos do acordo do divórcio com a União Europeia. O responsável apelou mesmo aos conservadores para desencadearem o processo necessário para a afastar da liderança do partido.
“Sob a liderança de Theresa May, só estamos a sair da União Europeia no papel”, disse num comunicado, citado pela Reuters. “Se alguém no Partido Conservador ainda tiver alguma integridade ou sentido de dever, apelamos-lhes que salvem o Brexit ao contestar a liderança. Theresa May traiu o país e os 17,4 milhões de eleitores que votaram sim no referendo”.
Sob a liderança de Theresa May, só estamos a sair da União Europeia no papel. Se alguém no Partido Conservador ainda tiver alguma integridade ou sentido de dever, apelamos-lhes que salvem o Brexit ao contestar a liderança.
Segundo Bruxelas, foram efetuados “progressos suficientes” nos três domínios prioritários: direitos dos cidadãos, diálogo sobre a Irlanda/Irlanda do Norte e acordo financeiro com o Reino Unido, considerando o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, que “serão protegidas as opções de vida dos cidadãos da UE que vivem no Reino Unido”.
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